quarta-feira, 30 de abril de 2008

Tornados

As notícias sobre os 3 tornados que varreram a Virgínia, sem qualquer aviso prévio, esta semana, e que deixaram um rasto de destruição impressionante, lembrou-me a experiência da passada 6f.

Estava eu no aeroporto de Chicago a comer qualquer coisa e a fazer tempo para apanhar o avião para Seattle, quando começo a ouvir uns rumores de que nenhum avião estava autorizado a levantar vôo, pelo menos, durante a hora seguinte (sendo que o meu avião deveria descolar dali a uns 30 ou 40 minutos), pelo que me dirigi para a porta de embarque para tentar confirmar a informação. E, de facto, todo o movimento do aeroporto estava suspenso por tempo indeterminado...

Atrasos e cancelamentos de vôos são muito frequentes em Chicago, quer pelo clima, quer pelo intenso tráfego aéreo da região, um dos mais movimentados do mundo, mas parar todo o aeroporto sem ser em dia de tempestade imensa de neve ou nevoeiro cerrado, já me parecia muito estranho.

Quando eu perguntei a razão de ser de tal procedimento, fui olhada com um ar de incredulidade que me fez sentir ainda mais pequena do que sou mas, de facto, eu devia ser a única pessoa, até àquela data, que ainda não tinha olhado pela janela...

E lá fora era este o cenário, completamente de um momento para o outro... rajadas de ventos fortíssimos, chuva intensíssima, uma trovoada pavorosa e uns raios que pareciam vir das nuvens até ao chão. Alerta de tornado, pelos vistos (que me estava a passar completamente ao lado porque nem se destinava a Chicago e, realmente, passou por nós muito lateralmente), e que obrigou todos os serviços exteriores do aeroporto a recolherem de imediato ao interior do edifício.

Assim que amainou um pouco, pudémos embarcar e seguir viagem - o comandante do avião ainda nos preparou para um cenário de grandes "abananços" nos primeiros minutos de vôo, mas até foi relativamente tranquilo. E acabou por ser (apenas) um atraso de 1h, o que até não foi nada mau, atendendo às circunstâncias (tirando o facto de eu não ter conseguido entrar em contacto com o meu "motorista de serviço", que aproveitou para pôr a leitura em dia enquanto esperava por mim em Seattle).

terça-feira, 29 de abril de 2008

E as principais atracções de Seattle...


Space Needle (valeu a pena a "viagem" lá acima só pela cara de pânico do A. quando o elevador começou a subir...)


Vistas panorâmicas da cidade (quando as nuvens começaram a "tomar conta" do sol)



O famoso Pike Place Market, onde se vende um pouco de tudo, conhecido sobretudo pelos malabarismos dos vendedores de peixe.

Seattle - Fotos I

Aqui ficam alguns registos de Seattle:



Ride the Ducks, o carro-barco que se movimenta em terra e na água;



O 1º Starbucks - foi aqui que tudo começou na década de 70



O Chief Seattle e duas das inúmeras estátuas tribais

SEATTLE

A underground city surpreendeu pela positiva:

- Grande harmonia com a natureza - quer os espaços verdes e lagos da própria cidade (confesso que não sabia nada da geografia de Seattle), quer as cadeias montanhosas que a rodeiam e que são tão propícias à prática de desportos ao ar livre;

- Grande harmonia com o seu passado – a cidade deve o seu nome a um chefe índio dominante na região, e conservou vários vestígios tribais, desde estátuas (cuja variedade é tão grande, que é difícil imaginar outra cidade que tenha estátuas do troll ao lenine, passando pelos índios...) a nomes de ruas e bairros que mal se conseguem pronunciar;

- Grande harmonia com o desenvolvimento – os fundadores da Microsoft têm “carregado” a cidade às costas em termos de patrocínios para as mais variadas coisas; a principal Universidade (de Washington) é enorme e tem grande reputação, mesmo fora do Estado; o espírito empreendedor da cidade tem como grande símbolo a criação da cadeia Starbucks;

- Espírito liberal, free-style, pouco preconceituoso, underground, a vários níveis, nomeadamente cinematográfico e musical, mas também em termos de moda, de estilos de vida, de preocupações ecológicas, de escolhas sexuais (S. Francisco tem a fama de ser uma cidade gay, Seattle não lhe fica atrás, aparentemente).

Sábado foi dedicado à “baixa da cidade”, com direito a churrasco à noite em casa de mais um representante da comunidade tuga no estrangeiro e respectiva passagem por 2 ou 3 locais típicos da noite, e domingo foi mais relaxado, entre o típico brunch americano e um passeio descontraído (ainda que à chuva) pelo campus universitário e por zonas mais residenciais da cidade.

O fds acabou, portanto, por ser uma combinação perfeita de visita turística + “ter um cheirinho” de (verdadeira) vida local.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Underground

Daqui a umas horas estou de partida para Seattle!!!

PS - Curiosamente, parece que lá vai estar mais frio do que aqui durante o fds...

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Palavras Mágicas

Uma das primeiras coisas que aprendi quando me mudei para cá foi que os americanos não vivem sem "surveys".

Ao contrário do que, em geral, acontece na Europa, aqui é muito importante ter feedback imediato e constante de tudo, por forma a melhorar ao máximo o serviço prestado ao cliente (aqui o cliente tem MESMO sempre razão).

Por isso, para tudo há um inquérito de satisfação a preencher: qualquer compra (online ou nas lojas) de roupa, livros, acessórios para a casa, aluguer de filmes e tudo o mais que possam imaginar - até uma pela simples ida ao supermercado fazer as compras do mês - dão "direito" ao preenchimento de um inquérito, por norma muito rápido e prático, para que as pessoas não desistam quando vêem o seu conteúdo, e normalmente seguido de qualquer tipo de "recompensa" (estes inquéritos nunca são obrigatórios, naturalmente, por isso há que motivar os clientes).

Por outro lado, os americanos são também completamente viciados em "descontos".

Não há nada que se pretenda comprar para o qual não exista um vale de desconto algures, normalmente em sites na internet, mas muitas vezes até são cupões colocados nas caixas de correio, pelo que os americanos não pagam / compram nada que não tenha sido sujeito a qualquer tipo de desconto algures.

De facto, quando é "dia de compras", ninguém sai de casa sem ter impresso da internet uns quantos cupões de desconto das lojas onde se pretende ir;

Em determinadas lojas, muitas vezes basta fazer um "choradinho" para nos fazerem 10% desconto (normalmente equivalente aos tais cupões acessíveis a todos na net);

Muitos serviços são (teoricamente) cobrados (apenas) a 70% do valor total dos honorários (ainda que, na prática, aqueles 70% correspondam, por vezes, à totalidade do valor, sem que os clientes o saibam);

As lojas têm secções permanentes de produtos em saldo e, para além disso, ainda "oferecem" dias extraordinários de saldos a propósito de tudo (Dia dos Presidentes, Thanksgiving Day, Memorial Day...).

É uma mentalidade económico-financeira diferente...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Vida nova

E agora que a Primavera chegou e as temperaturas parecem quase de Verão, a cidade ganha nova vida:

- Vêem-se várias pessoas a ir de bicicleta para os respectivos empregos;

- As ruas andam cheias de gente;

- As mulheres andam todas de sandálias e havaianas (pronto, já andavam antes, é verdade, mas ao menos agora faz sentido...);

- A temperatura exterior é mais alta que a temperatura no escritório;

- Os passeios, nas ruas, passaram a ter metade do tamanho, porque tudo quanto é restaurante, bar ou café expandiu os seus domínios para o domínio público (do passeio).

E, claro, já se sai do escritório com luz do dia, o que faz toda a diferença... Viva a Primavera!

Grande Hil!

Grande vitória da Hil ontem à noite na Pensilvânia!

E a corrida para a Casa Branca continua acesa, do lado dos Democratas, numa altura em que os analistas políticos já quase esgotaram os seus argumentos quanto à invulgar situação política que se vive actualmente nos EUA e quanto ao facto de, no fim de Abril, ainda estarmos aqui a discutir, taco a taco, qual vai ser o candidado democrata às eleições de Novembro.

PS - Só espero que a vitória de ontem se traduza (também) no apoio monetário necessário para continuar - em grande estilo - esta campanha!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ainda o futebol nos States

Mas não julguem que o futebol está aqui relegado para 2º plano em termos de audiências...

O estádio dos Chicago Fire é bastante longe do centro da cidade e está situado no meio do nada, na zona mais perigosa de Chicago, mas nem por isso a equipa se pode queixar de falta de assistência, a avaliar pelo que vi.

De facto, no jogo de domingo, que era um jogo banalíssimo, estavam mais de 17.000 pessoas nas bancadas... E tinham uma claque activíssima, sempre a cantar, a pular, a motivar a equipa, a envolver o resto do público (e olhem que o único golo da partida foi marcado logo ao início, pelo que os Chicago Fire estiveram o tempo quase todo em desvantagem). Muito têm a aprender as nossas claques de futebol com esta, digo-vos já!

E giro, giro, também foi ver o "acampamento" nos parques de estacionamento à volta do estádio, onde as famílias se juntaram à volta de uma mesa de campismo, abriram a bagageira do carro, e ali comeram e beberam durante horas antes do jogo... Lembrou-me as férias em Ibiza e os jovens a embebedarem-se às portas das discotecas para não terem de gastar dinheiro lá dentro (e sim, era um balúrdio mesmo!).

Futebol (ou soccer)

A época de futebol (soccer, como eles por cá dizem) começou um destes dias (um calendário praticamente contrário ao da Europa, portanto) e este fds fui assistir ao meu 1º jogo.

Os Chicago Fire receberam (e perderam contra) os Kansas City Wizards no Toyota Park (assim se chama o estádio de Chicago), numa tarde de sol escaldante (que me valeu um daqueles bronzeados à camionista...).

Considerando que o Abel Xavier e, já agora, o David Beckam, jogam nesta liga, confesso que foi com alguma surpresa que percebi que a qualidade técnica do futebol jogado nos EUA é claramente inferior (pronto, agora acredito que o Beckam veio para o LA Galaxy só mesmo pelo dinheiro).

Não sei se ambas as equipas estavam particularmente azaradas naquele dia (o Benfica também tem dessas coisas, às vezes, e particularmente nos últimos tempos, segundo me contam...), mas os jogadores pareceram-me, em regra, muito desastrados, pouco articulados (assim ao nível de um Peter Crouch, mas sem os seus quase 3 m de comprimento!), com uma técnica pouco desenvolvida, mais amadora do que profissional, diria eu e, acima de tudo, sem qualquer pretensão de rematar à baliza.

E ainda nós dizemos que temos problemas de finalização! Ao contrário do que geralmente se passa noutros jogos, parecia que ali ninguém queria acartar com a "responsabilidade" de golear, e então iam tentando passar a bola uns aos outros, mesmo quando os outros estavam em pior posição de remate que eles ou completamente bloqueados pelos defesas da equipa adversária... Enfim, um filme!

Filme, filme, também ia sendo quando uma fila inteira de mexicanos, à nossa frente, foi "apanhada" com bebidas "ilegalmente infiltradas no estádio". Os seguranças decidiram confiscar toda a bebida e ainda tentaram expulsá-los do estádio, mas um dos mexicanos levantou logo a voz a dizer que dali não saía, e o caso esteve mal parado durante uns minutos (temi pela nossa integridade física com a chegada de reforço por parte dos seguranças do estádio), mas a coisa lá se resolveu a bem quando decidiram que o melhor mesmo era deixá-los lá estar sossegadinhos a ver o resto do jogo...

E a verdade é que está mais que visto que é a economia local mexicana que sustenta os Chicago Fire - a grande, grande maioria dos adeptos era, efectivamente, mexicana, e alguns dos jogadores também, naturalmente, incluindo a estrela da equipa, um tal de Blanco.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Arte II



Ah, mas entretanto já descobri para que servem estes "painéis" colocados no meio do parque... afinal são fontes (muito originais) de água, que retomaram o seu funcionamento normal com a chegada da Primavera!

Arte

Os canteiros da Michigan Avenue (avenida principal de Chicago) foram invadidos por umas "obras de arte", que nem sei bem a que se devem... mas aqui ficam umas fotos tiradas este sábado.


sexta-feira, 18 de abril de 2008

Tremor de Terra

O Estado de Illinois (onde se situa a cidade de Chicago) foi, esta noite, abalado por um tremor de terra de intensidade elevada que, felizmente, não provocou vítimas nem estragos de maior.

Segundo dizem, foi o maior na região nos últimos 40 anos e, apesar do seu epicentro se ter verificado a mais de 200 milhas da cidade, os seus efeitos foram sentidos também por estas bandas. E eu que nem sabia que esta zona era propícia a este tipo de fenómenos!

Escusado será dizer que, às 4h30 da manhã, quando tudo se passou, estava eu a dormir profundamente e não dei por nada, mas imensa gente (incluindo no meu prédio) acordou sobressaltada com a trepidação, e os bombeiros receberam centenas de chamadas.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ainda a política...

Com o aproximar das primárias na Pensilvânia, já na próxima 3f, sucedem-se os debates e fóruns entre os Democratas: no domingo passado, o fórum sobre a religião e a fé, a vida pessoal e as suas preocupações humanistas, e ontem um debate sobre as questões económicas, a guerra no Iraque, as políticas fiscais.

E, claro, também se discutiram (em ambos) aquelas pequenas tricas e gaffes da campanha que, para dizer a verdade, já não interessam a ninguém!

Os media continuam a dizer, debate após debate e discussão após discussão, que o Obama é (sempre) o vencedor, mas confesso que, se por vezes isso acontece, outras parece-me (quase) óbvio que a Clinton demonstra estar mais preparada e dentro das questões. Mas enfim, viva o pluralismo e a isenção jornalística nos EUA!

Seja como for, a Hillary deve ganhar as primárias na Pensilvânia, ainda que não com a margem representativa que tinha há umas (poucas) semanas, mas pouco ou nada irá mudar, uma vez que já se percebeu que o candidato do partido democrata não vai ser decidido antes da Convenção Democrata, em Agosto, onde os super delegados vão, muito provavelmente, ter um papel decisivo.

Até lá... John McCain, o candidato republicano, está praticamente "de férias" e pouca ou nenhuma cobertura televisiva tem tido nos últimos tempos, com as atenções (ainda) todas viradas para os democratas. Não há dúvida que esta campanha tem sido muito sui generis...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

20 graus!!!

É oficial, são 6h da tarde e estão 20 graus lá fora! Por isso, e considerando que as temperaruras vão descer novamente já a partir desta noite,vou sair e aproveitar este fim de tarde em estilo, passeando pela cidade.

"Vemo-nos" amanhã.

PARTY

E em homenagem aos meus (já) 6 meses de casa, a minha empresa decidiu organizar uma festa de fim de tarde, ontem (eles chamaram-lhe "end of busy season celebration", mas no fundo, no fundo, eu sei que foi só uma desculpa para me organizarem uma festa).

Estava inicialmente previsto que a festa fosse num mega pavilhão ao pé do lago, que até tinha uma arena de areia para se realizar o já tradicional - aparentemente - torneio de volleybol, mas a ASAE americana passou por lá uns dias antes e fechou o local, por razões sanitárias, o que deve ter deixado os organizadores da festa de cabelos em pé com a ideia de, em pouquíssimo tempo, terem de encontrar novo local para albergar largas centenas de pessoas, com divertimento garantido, catering...

O sítio encontrado foi um daqueles sítios que, claramente, só poderia existir nos States, não só pela dimensão, com espaço para restauração e diversos bares (comida e alguma bebida à descrição da empresa, claro), mas sobretudo pela mistura de "estilos", entre um casino (sem jogos de mesa propriamente ditos) e um mega salão de jogos.

De maneira que, à entrada, lá nos deram um cartão equivalente a 10$ para gastarmos nas máquinas, e foi um fartote de animação, entre as slot machines, as corridas de carros, as Wheel of Fortune, as corridas de cavalos, o "Quem quer ser milionário?" em versão de salão de jogos... E tudo isto bem pertinho de minha casa (o que só demonstra, uma vez mais e se mais provas fossem necessárias, que estou super hiper mega bem localizada!).

Ah, não se realizou o torneio, por razões óbvias... fica para a próxima... eu também só ia ver, por isso...

PS - E sim, tive de carregar o cartão, porque 10$ não duraram toda a noite, mas os vários pontos que fomos acumulando ao longo da noite nas várias máquinas deram para trazermos para casa uma quantidade de "brindes" bem foleiros que ninguém quer para nada!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Marco

Não, não é um post sobre aquele troglodita do BB...

Queria só aproveitar a oportunidade para referir que faz hoje 6 meses que emigrei...!

Dia 15 de Outubro de 2007, ao fim da tarde, aterrei no aeroporto de Dallas e dei início "formal" a esta aventura.

Como o tempo passa a correr...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Público

Já agora, uma pequena nota sobre outros aspectos do espectáculo...

A hora marcada era às 21h30 (a essa hora, ainda metade da multidão estava à porta do teatro, à espera de amigos e à conversa), mas o show começou cerca de 15 minutos mais tarde e, curiosamente, depois das 22h ainda havia gente a entrar... (como eu estava a assistir ao espectáculo com um brasileiro, ainda nos rimos a pensar num António Fagundes, que teria, de imediato, fechado por completo a porta à hora marcada e não teria dado qualquer abébia a toda aquela gente atrasada).

Por outro lado, assim que o Jerry Seinfeld começou a despedir-se, e ainda nem tinha propriamente saído do palco, já havia "trânsito" no corredor central, porque dezenas de pessoas já estavam de pé e a tentar sair...

E entretanto ele voltou para responder a perguntas, e continuava gente a sair... inacreditável!

E eu só pensava em tantas e tantas situações em que é preciso, em PT, acenderem as luzes do tecto para começar, finalmente, a pôr as pessoas na rua, enquanto que aqui nem chega a dar tempo para as acender enquanto elas ainda estão dentro da sala do teatro!!! Parecem aquelas criaturas que tanto me irritam que, mal acaba o cinema, querem imediatamente fazer levantar toda a fila para serem os primeiros a sair, quase que antes do próprio THE END ter saído do ecrã... Fico furiosa e, sinceramente, nunca percebi para quê tanta correria!

Jerry Seinfeld ao vivo

O mestre do formato "stand-up comedy" - primeiro nos palcos, depois na TV - anda em digressão pelos EUA e passou por Chicago, onde deu 4 espectáculos cujos bilhetes esgotaram, por completo, em poucas horas.

Com alguma sorte, consegui comprar um bilhete para o último espectáculo de sábado à noite e, realmente, dei por bem empregue o dinheiro e o esforço gastos nesta aventura.

Depois de 15 minutos de "aquecimento" da plateia por um outro comediante, convidado especial do show, de seu nome Tom Papa, lá veio o Jerry, com o seu ar descontraído e cool, fazer piadas sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo, a começar pelo tempo que se fazia sentir em Chicago (choveu todo o dia e noite de sábado...), a relação com a mulher e os filhos, a vida de solteiro vs a vida de casado, os telemóveis e mais tantos outros pequenos / grandes temas que puseram a plateia a rir, praticamente, do início ao fim.

Acabado o show propriamente dito, o artista ainda voltou para responder a algumas perguntas colocadas pelo público. Já agora, a quem interessar... quanto a planos futuros, Jerry disse que, por enquanto, ainda está a gozar o tempo livre em família e que não se vê a abdicar disso, e quanto a planos de retomar a série, disse que seria talvez estranho, passado 10 anos, mas que isso poderia acontecer quando a carreira dos 4 estivesse, definitivamente, pelas ruas da amargura (com a tradicional piada de "por isso, não deve faltar muito para nos reunirmos outra vez").



PS - Quando o show passar aí pela(s) vossa(s) cidade(s), não percam! :-P

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Cash Back

À semelhança do que acontece nalgus países europeus, de que Espanha é um bom exemplo, os bancos americanos cobram, em geral, fees de cada vez que se levanta dinheiro fora da “nossa” rede multibanco.

Demorou até que eu me habituasse ao esquema (quantas e quantas vezes tive o impulso de ir levantar dinheiro na 1ª caixa multibanco que me aparecia pelo caminho e, só depois, me lembrava que aquele não era o meu banco) e até que me organizasse de outra forma, nomeadamente a levantar uma espécie de semanada, em vez de levantar dinheiro a torto e a direito, como antes acontecia, quando não havia preocupações deste tipo.

Para além disso, é engraçado ver como algumas coisas são diferentes por aqui, no que respeita à utilização dos cartões / pagamentos / levantamento de dinheiro.

Por exemplo, na maior parte das lojas, o “multibanco portátil” (que todos nós "no IVA" bem conhecemos e "tratamos pelo nome próprio" ... ossos do ofício!) é apenas manuseado pelo cliente, que passa o cartão na ranhura, digita o seu PIN e aceita a transferência, sem que o empregado da loja tenha de ter qualquer contacto com o cartão. Quantas e quantas vezes entreguei, por instinto, o meu cartão ao empregado, para realizar o pagamento, e depois de normalmente perguntarem se é crédito - situação em que são eles, efectivamente, a “tratar” do pagamento – lá me devolvem o cartão para eu iniciar o pagamento...

Mas a maior diferença reside no facto de qualquer pagamento multibanco, em qualquer loja, dar a oportunidade de pedir “cash back”, o que não deixa de ser um procedimento muito útil para evitar os tais fees.

De facto, em vez de ir levantar dinheiro a um multibanco, pode-se “pedir” à loja que nos cobre directamente no nosso cartão o montante da compra que estamos a fazer acrescido do montante que pretendemos “levantar”, e esse “levantamento” é-nos dado em dinheiro, sem quaisquer fees.

Claro que demorou algum tempo até que eu percebesse como tudo isto funcionava, porque a 1ª vez que perguntei numa loja o que era isso do "cash back" e a empregada, depois de me ter deitado aquele olhar de total surpresa pela minha ignorância (vindo do povo que vem, não deixa de ser irónico!), lá me ter respondido, laconicamente, que era "quando a loja me dava dinheiro", eu achei logo que aquilo não podia ser assim tão simples e, claramente, "trazia água no bico" - toda a gente sabe que ninguém DÁ nada a ninguém, e aqui isso não é excepção...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Mormons e outros que tais

O Texas tem vivido dias de intenso drama, na sequência do desmembramento de uma comunidade de Mormons.

Tudo começou quando uma jovem de 16 anos, de seu nome Sarah, fez um telefonema (na altura, anónimo) para as autoridades locais a denunciar casos de poligamia e abuxos sexuais de jovens adolescentes e crianças numa quinta situada em San Fernando, onde ela própria residia, o que levou a que a polícia decidisse invadir o local, prender os cabecilhas e pôr mais de 400 crianças sob a guarda directa do Estado, bem como as respectivas mães, retirando-as do seu habitat natural e colocando-as em abrigos e lares.

E, de facto, as histórias horripilantes que se têm vindo a descobrir sobre esta comunidade fechada sobre si mesma e completamente isolada do resto do mundo, são de arrepiar qualquer um.

Paralelamente, dada a imensa publicidade que o caso tem tido nos media, várias pessoas têm vindo à tv ora fazer a apologia da poligamia ora exigir a sua condenação, e, por isso, algumas mulheres - principalmente fugidas de comunidades do género, onde foram criadas em poligamia, mas também algumas que escolheram viver nesse regime - têm sido entrevistadas e têm contado as suas histórias de vida. E, de facto, é outro mundo... um mundo que, no mínimo, nos faz arrepiar da cabeça aos pés quando confrontados com histórias dramáticas como esta.

terça-feira, 8 de abril de 2008

TÁXIS

Uma das marcas mais características dos States...

Aqui em Chicago, como noutras cidades dos EUA, os táxis encontram-se um pouco por todo o lado: em cada esquina, em cada rua, à porta dos prédios, nos sítios mais recônditos. Ainda por cima não são particularmente caros, por isso transformaram-se rapidamente num dos meios de transporte preferidos dos americanos, em geral (e um dos primeiros hábitos que “apanhei” nestes quase, quase 6 meses – lá está... em Roma, sê romano...).

De facto, é tão conveniente que é difícil resistir a esticar o braço e chamar os “amarelinhos” (nem sempre amarelos, mas isso agora também não interessa nada), ainda para mais quando as distâncias são todas razoavelmente pequenas, dentro da cidade, e, por isso, o gasto na carteira parece não ter grande expressão.

Para além disso, há algumas particularidades nos táxis americanos a que eu acho piada, tais como:

- Os condutores são todos estrangeiros, normalmente de países muçulmanos (mas ainda não apanhei nenhum de turbante), médio oriente e/ou europa de leste e estão sempre a falar ao telemóvel numa língua totalmente imperceptível – aqui raramente é preciso fazer “conversa de chacha” com os motoristas, porque eles estão sempre ocupados e nem querem saber de nós;

- Usam a luz acesa (o sinal luminoso, em cima do carro) quando estão disponíveis e a luz apagada quando têm clientes;

- Não cobram suplemento por levar malas na bagagem (nunca percebi esse conceito!) mas, em geral, cobram 50 cêntimos por cada “cabeça” no táxi;

- Deixam levar 5 pessoas no táxi, o que dá muito jeito para sair à noite em grupo e poupar uns trocos;

- Apitam à noite quando passam por nós na rua, para os “vermos” e sabermos que estão livres (esta é uma das minhas preferidas... no início apanhava cada susto na rua! Até estranhei que isso não fosse considerado assédio sexual, para os padrões – falsamente moralistas - dos americanos!);

- Encontram-se sempre táxis parados à porta de grandes prédios residenciais, à espera de clientes (um destes dias estava um amigo a comentar que nessa semana teve de sair de casa às 4h30 da manhã para ir trabalhar, durante 2 dias seguidos, e de ambas as vezes tinha táxis “estacionados” à porta como se de um hotel se tratasse) –isso também acontece no meu prédio, razão pela qual os táxis se tornam tão atractivos e convenientes.

E por último...

Imaginem que estão em pleno inverno chicaguense e precisam de táxi para ir para qualquer sítio, por ex., à noite... ficar parado à porta do prédio de braço esticado à espera de táxi não é opção (o braço congela na hora! e o táxi, no meio da escuridão, provavelmente não se aperceberá), por isso, em alternativa a ligar para o rádiotáxis cá do sítio, basta pedir ao porteiro do prédio que ligue a "cab light", uma lâmpada intermitente colocada do lado de fora do edifício que vai apagando e acendendo em forma de sinal para chamar os táxis que andam na zona.

Mais conveniente que isto é difícil, porque permite ficar no quentinho, dentro do edifício, à espera do táxi, mas por norma isto só existe em prédios predominantemente residenciais ou similares, pelo que quando se regressa de um bar ou de uma disco tem mesmo de se esticar o braço e ficar à espera de táxi para ir para casa...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Passado vs Futuro

O passado (o burro e a "carroça") no presente e o símbolo do pecado original enquanto marca do futuro tecnológico...


Spring

Agora que a Primavera começa a dar o seu ar de graça...



Chicago mostra uma luminosidade (encantadora) própria.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Patio in now open

Um dos restaurantes mais famosos da cidade, situado a cerca de 2 quarteirões da minha casa (e a caminho da "minha" paragem de autocarro) ostenta orgulhosamente, desde o início do mês, a seguinte tabuleta:

PATIO IS NOW OPEN

E, de facto, cadeiras e mesas foram colocadas no passeio, criando uma verdadeira esplanada onde antes havia apenas um local de passagem.

Considerando que as temperaturas ainda mal atingem os 2 dígitos positivos (e estou a referir-me às temperaturas máximas...), ainda achei que era uma piada de Abril...

Mas não... O "pátio" lá continua, no seu esplendor, indiferente ao frio e ao vento (e à chuva, de vez em quando) e à ausência de clientela outdoor, esperando pacientemente o momento em que filas e filas se farão para poder gozar um pouco do seu espaço.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

April Fools

No dia das mentiras (aqui conhecido por April Fools), lá rumei de novo para o United Center, para mais uma derrota, ao vivo, dos Chicago Bulls, desta vez contra os Bolton Celtics, uma das melhores equipas do campeonato.



Safou-se o pôr-do-sol (da pouca luz que se fez viva no dia cinzentão de ontem) reflectido no skyline da cidade, à chegada ao estádio...

Planos de Viagem

Depois do fds em S. Francisco, seguem-se:

- Seattle no fim deste mês;
- NY no final de Maio (3 dias de reunião de grupo + 3 dias de completo lazer);
- Washington (DC, para os amigos) para os festejos do 4 de Julho.

O mês de Junho vai ser reservado para as visitas, para visionamento dos jogos do EURO (sempre que o fuso horário o permitir) e para os inúmeros festivais de música (gospel, blues...entre outros) e outras actividades culturais que vão ter lugar na cidade de Chicago.