quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Starbucks

Poucas empresas / marcas estão tão enraizadas na cultura americana (e na percepção que o resto do mundo tem da América) como o Starbucks, esse "gigante" que estende os seus tentáculos um pouco por todo o lado e sem o qual o american way of life seria certamente diferente.

Foi, por isso, com surpresa que comecei a ler e ouvir umas notícias sobre os efeitos da crise (também) no Starbucks.

De facto, parece que a empresa tem vindo a ressentir-se das novas tendências no "mundo do café", quer a nível externo - várias marcas têm vindo a apostar em café de cada vez melhor qualidade, controlando culturas e processos de fabrico (agora até o McDonald's tenta competir neste mercado com o seu premium coffee); quer a nível interno, já que a empresa chegou à conclusão que as inúmeras lojas abertas por esse país fora têm tido o efeito de criar concorrência umas às outras (com uma loja literalmente em cada esquina, talvez não seja de estranhar...).

Por isso, o Starbucks anunciou publicamente que vai "desacelerar" a sua política de expansão e, inclusive, fechar algumas lojas e, paralelamente, fez algumas "mexidas" a nível do corpo directivo (que, na prática, se traduziram em mudar 1 ou 2 pessoas de posto, dentro do grupo).

Escusado será dizer que estas "intenções" e "mexidas-fantoche" tiveram, de imediato, o resultado esperado: as acções do Starbucks subiram em flecha!!!

No entanto, a verdadeira notícia-Starbucks aconteceu no início desta semana, quando a empresa, num acto provavelmente sem precedentes, decidiu fechar as suas lojas a nível nacional para proporcionar um treino (online) aos seus funcionários.

Assim, TODAS AS LOJAS NA AMÉRICA estiveram fechadas na passada 3f durante três (intermináveis, para muitos americanos) horas...

Claro que não se falou de outra coisa nessa tarde, e o Starbucks ganhou (mais uns) 15 minutos de fama!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

SF

E dia 7 de Março embarco para um fds prolongado em... SÃO FRANCISCO!!! :-)

Para recordar os bons velhos tempos em que as temperaturas eram decentes e a cidade em que eu vivia tinha 7 colinas!

Em compensação...


Adorei o gelo no rio!

"Esculturas" de Gelo

Há muito que os cartazes anunciavam a exposição de esculturas de gelo no Millennium Park.

Este fds fui (finalmente) ver do que se tratava...



E vim de lá sem perceber muito bem se gostei...



Pelo menos são coloridas... Mas nada têm de tradicional...

Red Carpet em Chicago

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Óscares - Parte II

E, já agora, um desabafo...

O que se passa com esta Academia, que se sabia orgulhosa e teimosamente americana, de horizontes assumidamente estreitos (naquilo que neste país pode ser "estreito", apesar da sua imensidão de perder de vista o horizonte) e tendências imparciais, e que agora premeia actrizes francesas (num filme inteiramente francês, sobre uma das mais famosas francesas de sempre) com o Óscar de melhor actriz, continua a atribuição dos mais importantes galardões da noite a actores espanhóis e ingleses, reconhece o valor (intelectualmente original e revigorante) dos irmãos Coen, homenageia Martin Scorcese, atribui o galardão de melhor filme a esse estimulante e não-comercial Crash, nomeia filmes que explicitamente colocam em causa a sexualidade dos (sagrados) cowboys americanos...?

Já agora, só falta dar um Óscar ao Johnny Depp pelos seus papéis (sempre excepcionais!) de um qualquer filme do Tim Burton...! E, aí, é que eu teria de me beliscar para ter a certeza de não estar a sonhar acordada! :-)

PS - Ou seja, nem a proximidade com Hollywood me permitiu melhorar o (in)sucesso das previsões dos Óscares...

Óscares - Parte I

E pronto... Assim se passou mais uma edição dos famosos Óscares de Hollywood.

A única a que (até à data) assisti de fio a pavio, completamente imbuída do espírito e integrada na comunidade (maioritariamente) americana, povoada, aqui e ali, como pequenas "ovelhas negras", por alguns estrangeiros, a começar por mim e pela minha amiga neo-zelandesa.

Deste lado da costa, também se celebrou devidamente o espírito hollywoodesco: o meu boss organizou uma festa a preceito, pelo que tivémos direito a convite formal, traje de gala (para quem quis), passadeira vermelha pelas escadas acima, estrelas (miniaturas) do Hall of Fame no chão, inúmeros bolos alusivos ao tema, decorações temáticas pela casa (fitas de rolos de filmes pendurados nas janelas, pequenos quadros com fotos e frases cinematográficas famosas), apostas, estatuetas de óscar feitas de chocolate...



Enfim, Hollywood dentro de um pequeno / grande apartamento num tranquilo e sedutor bairro chicaguense, e todos nós a sentirmo-nos a fazer parte daquele ambiente de fantasia, como se o Jon Stewart estivesse a falar directamente para nós e o Clooney estivesse sentado na cadeira do lado.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Nota da Semana

Grande actividade literária esta semana...

Escrevi mais posts do que os próprios dias da semana!

PS - Grande parte devido ao fds intenso que tive a semana passada, já que a Carla e o Pedro me obrigaram a levantar cedo e a aproveitar os dias ao máximo... :-)

Clinton vs Obama

Mais um debate ontem, entre os candidatos democratas.

O tom continua civilizado, com algumas (pequenas) excepções motivadas, sobretudo, pelo "picanço" dos moderadores, que queriam mais emoção e discussão do que aquela que, 2 pessoas politicamente tão próximas, podem proporcionar. Vai ficar para a história o momento "xerox", a propósito das palavras (plagiadas?) do Obama num dos seus últimos discursos...

No final, mais um momento de (quase) emoção da Hil (desta vez não chegou a ser uma lágrima propriamente dita, mas foi o suficiente para ter sido aplaudida de pé pela audiência) e uma prestação bastante equilibrada de ambos (não querendo ser imparcial, acho que a Hil esteve melhor...). Houve quem dissesse, inclusive, que ela se estava a despedir da campanha (facto já por si desmentido categoricamente).

E, claro, a imprensa americana tem estado incansável, desde o fim do debate, a esmifrar toda a informação e todas as palavras - quase uma por uma - que aí foram ditas (e, neste momento, não está a correr muito bem para o Obama, que vê a sua história sobre o Iraque ser "corrigida"; ainda que eu ache que, de uma forma geral, alguns media americanos tendam, quase descaradamente, para o lado do Obama, aproveitando a onda do seu já famoso "momentum"...).

PS - O tempo de antena político dos últimos 2 dias é também disputado pela notícia publicada pelo New York Times sobre um alegado envolvimento de John McCain com uma lobbyista (profissional, que a América tem destas coisas) durante a campanha presidencial de 2000...

Hollywood

Agora que a greve dos guionistas / argumentistas chegou ao fim, espera-se com o entusiasmo do costume (no meu caso, com um entusiasmo redobrado) a 80ª cerimónia de entrega dos famosos Óscares, que ocorrerá neste domingo (a uma hora decente para Chicago, pela noite dentro em Portugal).

E porque aqui os Óscares são levados (muito) a sério, fui convidada para uma festa de visionamento da cerimónia, à qual é suposto apresentar-me de traje de festa formal, como se fosse pisar a passadeira vermelha em Los Angeles! E, já se sabe, uma senhora nunca recusa um motivo para se "engalanar". :-)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Diferenças - Parte I

Um destes dias vinha para o escritório a pensar nas pequenas (grandes) diferenças que existem entre Lisboa e Chicago no mundo laboral (aqui entendido em sentido muito lato, abarcando não apenas o trabalho propriamente dito, mas todo o ambiente que o rodeia).

Já aqui referi várias coisas originais do escritório de Chicago - o Jeans day associado a acções sociais, o cake day para festejar os aniversários, os jantares gratuitos para compensar as longas horas de trabalho, as pipocas para o Super Bowl...

Agora também temos apostas para os Óscares (estar nos EUA e não se viver o verdadeiro hollywoodesco desta época não seria possível, naturalmente!), formação para ajudar a preencher declarações de rendimentos de pessoas desfavorecidas (de carácter facultativo, por isso decidi não me meter nisso este ano... os formulários deles são complicadíssimos de preencher porque, como podem imaginar, a administração do Sr. Bush quer inteirar-se de tudo!), interacção com alunos para os ajudar a fazer futuras escolhas profissionais... Em suma, mil e um eventos de interacção com a sociedade chicaguense.

Para além disso, o uso da língua inglesa, já de si bastante "descomplicada", permite que tudo flua de forma mais informal e que não haja quaisquer barreiras (de hierarquia, entre nós e os clientes...), o que também se reflecte na forma "simples" e prática de trabalhar.

Aliás, apesar de estarmos (quase) em recessão, o mercado de trabalho não parece (ainda) ter-se ressentido muito: a empresa publicita ao máximo a sua política (quase agressiva) de recrutamento e oferece iPod's (semanais) a quem referencie pessoas interessadas em vir trabalhar connosco (é favor enviarem os vossos CV's para mim, asap!) e ainda ontem uma empresa americana qualquer de recrutamento deixou uma mensagem no meu voicemail (hábito muito comum nos EUA, dada a flexibilidade tão característica do mercado de trabalho americano).

Paralelamente (e falando agora de outras diferenças), também há uma característica tipicamente americana que eu adoro - à qual aderi de imediato - e que tem a ver com o calçado.

Por mais pequeno que seja o cubículo de trabalho (normalmente em open space, e claramente com bem mais espaço individual do que o escritório de Lisboa, no meu caso), há sempre um armário individual preparado para, entre outras coisas, pendurar o casaco e arrumar o calçado.

De facto, face a vários factores (o clima agreste será o primeiro deles!), toda a gente usa na rua um calçado diferente do que usa no escritório, o que permite uma utilização mais racional do calçado (e sobreviver melhor ao frio!).

Assim, de manhã trago calçadas as botas da neve (ou, pelo menos, umas mais quentinhas do que aquelas que usava normalmente em Lisboa) e no escritório tenho as botas de meia estação ou os sapatos meio abertos, que condizem com a temperatura aquecida do local. E à noite volto a trocar e deixo no armário os sapatos e botas "do escritório", prontos para o dia seguinte... Mais prático que isto é difícil!

Nota do Dia

A Primavera começa daqui a 1 mês... :-)

PS - Por cá o Inverno ainda deve ter mais do que isso, mas enfim...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Alguém interessado?


Chicago Auto Show - Parte II

TOP 3

N.º 3
US Army



N.º 2
Carros-fantasia


PS - Este é o carro da Abelha Maia cá do sítio (Bumblebee)...

N.º 1
Os muito, muito grandes (mais-americano-que-isto-é-difícil)!


Chicago Auto Show - Parte I

O acontecimento da semana passada na cidade foi a 100ª exposição do Chicago Auto Show. Carros para todos os gostos...

Os antigos (ficam sempre bem) ...




Os desportivos clássicos (presentes em qualquer feira do género) e os desportivos inovadores ...





Os famosos Hummer ...


Hóquei no Gelo

Este domingo fui assistir, pela primeira vez, a um jogo de hóquei no gelo.

O United Center serve, assim, de "casa" quer aos jogos de basket dos Chicago Bulls quer aos jogos de hóquei no gelo dos Blackhawks, pelo que os 2 campeonatos correm paralelos, em datas alternadas.



A experiência é completamente diferente da de um jogo dos Bulls, porque quase não há animação propriamente dita (pelo menos, não aquele entreternimento tão típico de um jogo de NBA) e tudo é muito mais silencioso e mais focado no "jogo".

No entanto, nem por isso é menos interessante, não só porque o jogo em si tem imensa dinâmica, como também porque o confronto físico entre os jogadores é frequente e, por vezes, tão "quente" que mais parece um jogo de futebol americano e, de vez em quando, há que fazer compromissos entre seguir o percurso da "bola" ou a animação extra entre os jogadores do outro lado do "campo"...



E no intervalo do jogo aparece o médico da equipa a responder a perguntas que as pessoas antecipadamente colocam sobre as "mazelas" dos jogadores (no dia em que fui, ele explicou que tipo de "pontos" são usados quando os jogadores têm de ser cosidos...). Fiquei logo elucidada sobre as consequências de todos aqueles "encontrões" e "chega-para-lá" a que assisti nesse dia...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Chinatown Chicaguense





PS - Quem diria que nesse dia estavam uns 30 graus negativos...

Frank Lloyd Wright District

Este sábado decidimos aproveitar a tarde solarenga e sair da cidade.



Fomos, então, visitar Oak Park, uma pequena zona nos arredores de Chicago conhecida por ter sido o sítio onde o famoso arquitecto Frank Lloyd Wright viveu durante muitos anos, tendo deixado a sua marca em dezenas de casas naquela zona.



O bairro é lindíssimo, cheio de casinhas coloridas e "amorosas", daquelas em que apetece mesmo viver, e a zona é calma e inspiradora. Foi uma tarde muito bem passada, e Oak Park passou a fazer parte da minha lista de coisas a visitar em Chicago. Recomendo vivamente!

Vizinha

Para o meu prédio ser "perfeito" só faltava mesmo ser também o "poiso" de algum artista famoso...

E voilà, um destes dias descobri que a "Grace" é minha vizinha!

PS - Espero que o próximo seja o Ethan Hawke... Isso é que era...!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Notas de 6f

Ainda no tema da comida... Esqueci-me de dizer que os jantares grátis vão existir até meados de Abril... e que ao fds também são fornecidas refeições, i.e., pequenos-almoços e almoços... Enfim, ninguém vai passar fome nos próximos 2 meses nesta empresa!

Entretanto os últimos dias têm sido marcados pelo tiroteiro na Universidade de Chicago e, em virtude do trauma que isso tem causado na sociedade chicaguense, a empresa disponibilizará esta tarde um especialista para "apoiar" e "ajudar" quem pretenda conversar um pouco sobre o assunto.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Jantares, Bolos e Doces

Está mais que visto que esta empresa não perde uma única oportunidade para não nos deixar passar fome...

Primeiro veio o Cake Day.

Pelo Natal organizaram-se competições de bolos caseiros.

Na altura do Super Bowl ofereceram pipocas e coisas que tais.

Entretanto esta semana começou oficialmente a "busy season" (o meu departamento não se rege propriamente por estas alturas de "picos de trabalho", mas pelos vistos também estamos incluídos neste conceito) e a empresa decidiu oferecer jantar todos os dias a quem acha que vai ficar a trabalhar até tarde (digamos, depois das 6h da tarde...), com direito a menú completo (incluindo sobremesa e coisas que tais) e possibilidade de escolha entre 2 ou 3 pratos, pelo menos.

Hoje o menú era tão ridiculamente completo que até vos deixo aqui a lista...

Home Cooking Buffet
Your Choice of :
1.) Carved Turkey in Gravy
2.) Sliced Roast Beef in Au Jus
3.) Vegetarian Stuffed Peppers
4.) Carved Ham in Pineapple Juice
Mashed Potatoes and Gravy
Mixed Vegetable Medley
Coleslaw
Garden Salad
Assorted Valentine’s Day Desserts
Assorted Soda, Milk and Bottled Water

Escusado será dizer que a única condição para termos direito à refeição é mandarmos mail até às 9h da manhã do próprio dia com a nossa escolha (e mesmo assim nem é requisito absolutamente obrigatório, porque o jantar é sempre feito a contar com "restos" para acautelar aqueles que não se lembraram ou não tiveram tempo de encomendar) e estar no escritório às 6h30 da tarde (às vezes antes...) para o ir levantar. Simples...

Agora também introduziram o Snack Day, todas as 4f, segundo percebi - ontem tivémos direito a "Doritos" e vários molhos mexicanos (se bem que eu ainda estava tão cheia do almoço que, by the way, também tinha sido nesse dia pago por um dos sócios, que nem fui lá ver).

Hoje, Valentine's Day, tivémos direito a uma rosa vermelha e a umas bolachas em forma de coração. :-)

E ainda querem que a pessoa não saia daqui a rebolar...!!!

Chicago em Fevereiro







quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Carla e Pedro

As vantagens de ter visitas (as minhas primeiras visitas!!!) são mais que muitas, tais como:

- Farto-me de falar português à noite (ou durante o fds);

- Não preciso de cozinhar (nem de ir ao supermercado) e tenho sempre comidinha caseira à minha espera em casa;

- Já passei a fase em que podia fazer de guia (nos primeiros 2 dias, quando ainda conhecia mais da cidade do que eles), e agora já estou na fase em que me "informam" das coisas que há para ver na "minha" cidade e se valem ou não a pena (certamente já valeu a pena ter sabido que este mês não se paga para entrar no Museu de História Natural, local altamente recomendado por eles, por isso quero ver se vou lá no próximo fds);

- Se dúvidas houvesse, percebo que Chicago tem entreternimento mais do que suficiente para 10 dias de visita.

Ah, e claro, eles trouxeram revistas portuguesas... que saudades de ler a Caras! Com que então grandes novidades no "Jet 7" (Rute Marques com novo namorado, os Duques de Bragança que afinal podem não ser os sucessores legítimos do trono, o príncipe Alberto do Mónaco praticamente noivo) e eu que não sabia de nada!

Chicago Bulls

Ontem fui ver mais um jogo de NBA - desta vez contra os New Orleans Hornets - e mais uma vez os Bulls perderam (se bem que desta vez o resulatado esteve renhido quase todo o jogo, o que sempre lhe deu alguma emoção extra).

Calhou também ser o aniversário da mascote dos Bulls - um touro engraçadíssimo de seu nome Benny - que convidou outras mascotes para animarem a noite de ontem com ele, pelo que foi rir do início ao fim, sempre que o jogo parava e os inúmeros intervalos começavam.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Friends

E este fds chegaram as minhas primeiras visitas... :-)

Que, até agora, mal tiveram oportunidade de ver grande coisa, por causa da vaga de frio ártico que se instalou na cidade desde sábado à noite... como podem ver pelo termómetro aqui do lado...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Wine Tasting

O novo ano chinês começou com uma prova de vinhos, a que fui ontem com algumas amigas do escritório após o "dia de trabalho" (ou seja, saímos do escritório pouco depois das 5h30 da tarde - eheheheh).

Para quem não sabe, a América produz bastante e bom vinho, principalmente na região da Califórnia (imagino que as vinhas não sejam completamente compatíveis com um clima nada ameno como o de Chicago, por isso não me espanta que nunca tenha ouvido falar de vinho de Chicago...) e talvez também por isso é frequente organizarem-se provas de vinho um pouco por todo o lado, normalmente "patrocinadas" por associações privadas de beneficiência (na verdade, o "patrocínio" é nosso, porque a inscrição nem sempre é meiga).

Esta acabou por ser a primeira vez em que, formalmente, fui a uma prova de vinhos, apesar de já ter frequentado vários eventos similares.

Devo dizer que gostei bastante, quer pelos vinhos disponíveis - de vários países, incluindo Espanha e Itália, mas nenhum de Portugal (se bem que, após a minha "reclamação" pelo facto, imagino que o próximo evento do género já contemple uma qualquer garrafita do nosso país) - quer pelos petiscos - os tradicionais queijos, pequenas e suculentas almôndegas, miniaturas de salgados, umas tostazitas "barradas" com diferentes "recheios" e, por último, bolachas de chocolate e umas deliciosas trufas! Que maravilha!

E, pelos vistos, tudo vindo directamente do supermercado que fica no meu prédio... (nem sei se é bom eu saber estas coisas...)

E já temos nova wine tasting marcada no calendário: dia 22 deste mês, desta vez para apoiar a Ronald McDonalds House.

O Ano do Rato

E chegou novamente a altura de desejar BOM ANO... desta vez, o do Rato, para os Chineses.

Por isso, apesar de os festejos oficiais em Chicago só serem esperados durante o fim-de-semana, decidi ir (finalmente) a Chinatown, onde jantei na véspera do ano novo.

Curiosamente, não se via ninguém na rua e o restaurante onde fomos também estava praticamente vazio - só então me explicaram que os chineses costumam festejar a data em casa, com os familiares, pelo que os festejos oficiais serão só mesmo no domingo.

A experiência serviu para encher os nossos frigoríficos de comida chinesa (o chinês que estava connosco decidiu encomendar comida para, no mínimo, 3 refeições, por isso cada um de nós acabou a noite a carregar o seu saquito de restos) e para ficar a conhecer mais uma parte da cidade, desta vez a fronteira com a parte criminosa do sul de Chicago.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

E neva...

A propósito da tempestade (de chuva e de neve) de hoje, lembrei-me de escrever mais um post sobre o tempo... :-)

A semana passada Chicago foi mais uma vez notícia pelas duas razões de sempre:

- Crime - de vez em quando há uns tiroteiros nos subúrbios que chegam aos ouvidos de familiares e amigos, mas mais uma vez explico que estas coisas não se costumam passar na cidade propriamente dita;

- Mau tempo (nada comparado com os 40 e tal tornados que assolaram ontem o sul dos EUA mas, ainda assim, às vezes a coisa fica "carrancuda").

Pois bem, a semana passada tivémos direito a mais uma tempestade de neve (são tantas, que já ninguém lhes liga muito, nem mesmo eu) e esteve a nevar consecutivamente durante umas 30 e tal horas, se bem me recordo, tendo abrandado na manhã de 6f..

Escusado será dizer que 6f era, exactamente, o dia em que eu tinha de estar no escritório às 9h da manhã, impreterivelmente, e que foi também o dia em que, pela primeira vez desde que cá estou, assisti a uma verdadeiramente manhã de inverno como eu imaginava que seria em Chicago.

De facto, a neve era tanta que várias escolas fecharam (e olhem que não é coisa que se veja por aqui muitas vezes) e mal se conseguia circular na rua - quando saí do meu prédio, de manhã, tudo estava de tal forma coberto de branco que nem o alcatrão da estrada se via (facto também bastante inédito, porque esta cidade está de tal forma bem preparada para a neve que tudo funciona bem, contra todas as - minhas - expectativas).

Por esta altura, estão vocês a pensar que, obviamente, não consegui chegar a tempo ao escritório... aliás, com aquele cenário, deixei de estar preocupada com o assunto porque achei que ninguém iria conseguir ir trabalhar antes das 11h da manhã!

Claro que, mais uma vez, Chicago mostrou a sua "garra" e a vida desenrolou-se nesse dia de forma absolutamente normal, como se nada fosse. É certo que algumas pessoas chegaram um pouco atrasadas, especialmente quem vinha a conduzir dos subúrbios, já que muitas estradas estavam praticamente intransitáveis, mas acreditem que umas horas de chuva em Lisboa fazem mais estragos na pontualidade dos tugas!

By the way, nessa manhã tomei uma atitude inteligente e decidi, pela primeira vez, experimentar o metro, o famoso "L", por isso cheguei ao escritório bem antes do necessário. :-)

PS - Por esta altura, eu sou a única que continua entusiasmada com a neve...

Super Tuesday

Alguns apontamentos breves sobre os desenvolvimentos de ontem das eleições presidenciais...

A famosa Super Tuesday nunca foi tão Super como ontem, quer pela expressão do números de Estados que foram a votos, quer pelos resultados obtidos.

Do lado dos republicanos, McCain era o mais que esperado vencedor da noite (com uma nomeação "certa" a partir de ontem, dizia-se) e, apesar de ter expressado a sua primazia na corrida, não deixa de ter sentido um travo amargo pela vitória inesperada do(s) seu(s) concorrente(s).

E, de facto, a surpresa republicana da noite chama-se Huckabee, que começou o seu discurso da noite (o primeiro dos candidatos a pronunciar-se nesta noite de eleições) a dizer "Toda a gente dizia que isto era uma corrida de 2 pessoas (McCain e Romney), e realmente é, e nós estamos nela".

E mérito lhe seja dado, por ter decidido manter-se na corrida até agora, praticamente sem fundos e quando ninguém lhe dava qualquer crédito, e ter sobressaído de forma absolutamente inesperada, abafando quase completamente o efeito Romney na noite de ontem (apesar de se ter mantido em 3º lugar).

Romney, o candidato que tem montada uma campanha milionária e que se pretende afirmar como a alternativa (ainda mais conservadora) a McCain, é o perdedor oficial destas primárias, apesar de ter mantido o segundo lugar.

Do lado dos democratas, Hillary venceu em Estados importantíssimos: Califórnia, o Estado com mais delegados para atribuir, Massachusetts, o Estado em que todos os respectivos pesos políticos democratas - John Kerry, Ted Kennedy - manifestaram o seu apoio a Obama; New York e New Jersey. E fez um discurso muito bom!

Foi uma das vencedoras da noite, ainda que nada esteja definido para já (a Hil e o Obama têm resultados extraordinariamente próximos) e a receptora dos votos "latino-americanos", o que foi, certamente, um bom sinal para a sua campanha. Campanha essa, diz-se, que irá ressentir-se nos próximos tempos se mais dinheiro não for urgentemente angariado, nomeadamente para "visibilidade" na tv (a campanha do Obama, por outro lado, é uma verdadeira "máquina" de angariação de dinheiro).

Obama, por sua vez, também não teve resultados nada maus - manteve o "seu" Estado de Illinois, onde se situa a maravilhosa cidade de Chicago, ganhou o Missouri, Estado fulcral nestas primárias, ganhou, aliás, a maioria dos Estados a concurso, se não me engano - mas perdeu um pouco do seu "momentum", como por aqui tem sido chamado o seu "fenómeno de massas". Talvez por isso o seu discurso não tenha sido propriamente de vitória...

Conclusões...

Do lado dos democratas, como se previa, estamos ainda longe de poder definir o candidato à presidência (as relações entre Obama e a Hil continuam extraordinariamente civilizadas);

Do lado dos republicanos, John McCain é cada vez mais certo, (apesar dos seus resultados, em termos de números alcançados, não serem fenomenais), uma vez que (i) ontem obteve vitórias importantes, nomeadamente na Califórnia, e porque (ii) a oposição está dividida entre Romney e Huckabee e, por isso, enfraquecida (e Huckabee, o detentor do 3º lugar, não é expectável que pretenda desistir a breve trecho da corrida para favorecer Romney, depois do inesperado impulso da noite de ontem).

Super Bowl II


Aqui fica a foto da caixa de snacks com que a minha "entidade empregadora" decidiu presentear alguns dos seus "colaboradores" (eu estava nesse lote) para os festejos da Super Bowl...


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Super Bowl

Chegou ontem oficialmente ao fim a época de futebol americano 2006/2007 com a realização da famosa Super Bowl, o derradeiro jogo do campeonato.

O jogo de ontem foi disputado entre os New York Giants e os New England Patriots (da região de Boston), ambas as equipas provenientes da costa leste dos EUA.

Os Patriots (a figura mais conhecida dos Patriots é um "moço" bem jeitoso, de seu nome Tom Brady, famoso nos dias que correm por ser - também - o actual namorado da super top-model Giselle) apresentavam-se como favoritos, já que ganharam todos os (16) jogos da época regular, mais os jogos de apuramento. No entanto, os vencedores acabaram por ser os Giants que, apesar de terem ganho a Superbowl de forma merecida, muito penaram para o conseguir.

O jogo durou mais de 3 horas e foi terrivelmente desinteressante durante (pelo menos) metade do jogo, tendo subitamente ganho interesse e emoção à medida que se aproximava do seu fim, quando os Giants deram a volta ao resultado a menos de 3 minutos do fim (3 minutos de "efectivo jogo", que na "vida real" corresponderam à última meia-hora, mais coisa menos coisa). E o futebol americano ganhou uma nova estrela chamada Eli Manning...

A Super Bowl, mais do que "apenas" um jogo, é uma verdadeira tradição tipicamente americana, um espectáculo que começa muito antes do jogo propriamente dito (a TV passou dias e dias a dar programas sobre Super Bowls anteriores, jogadores míticos, jogadas que ficaram para a historia) e que perdura para além da tarde de domingo.

Por isso, os americanos juntam-se em grupos, preferencialmente em casa de amigos mas às vezes também em bares, e ficam toda a tarde de domingo a ver tv, a beber cerveja e a comer todo o tipo de snacks (pipocas, asas e pernas de frango embebidas em molho picante...).

Para além do jogo de futebol, a Super Bowl é ainda famosa pela barbaridade de dinheiro gasta em anúncios de tv que passam durante as quase 4h de espectáculo (são sempre os segundos mais bem pagos da tv), havendo, inclusive, uma competição pelo melhor anúncio (a maior parte deles são "estreados" nesse momento). Acho que o vencedor não foi o da Victoria's Secret, mas foi claramente o que teve mais impacto no grupo onde eu estava...

Depois do fim do jogo e de toda a gente ter tido direito ao seu minuto de fama aquando da entrega da taça (os administradores dos Giants, uns velhotes simpáticos e amorosamente decrépitos, tiveram mais tempo de antena do que os jogadores ou o treinador!), a tv passou horas em televendas - de material desportivo dos Giantes alusivo à vitoria, pois claro.

Ah, e no intervalo do jogo tivémos direito à actuação desse "jovem" chamado Tom Petty e da sua banda, os Heartbreakers (eu também não queria acreditar na escolha, mas pelos vistos o senhor ainda "mexe" no mundo da musica...), mas eu estava a jogar "wii" com os meus amigos (e a dar cabo do comando, por sinal...), por isso perdi o momento...