4 Estações

Há quem diga que Chicago vive em pleno as 4 estações, e há quem diga que, na verdade, só temos Verão e Inverno.

Este ano o Verão foi curto e pouco quente, e eu estava com esperança que se prolongasse um pouco mais - até porque o mês de Setembro acabou por se revelar, na sua maioria, bem melhor do que Agosto.

Isto, claro, até ter chegado este domingo à noite uma frente fria vinda do Canadá (nunca vem coisa boa daquele país, está visto!) - o dia de domingo ainda foi passado todo ao ar livre, entre passeios de bicicleta e tempos de lazer na praia, mas quando o dia amanheceu, na 2f, as temperaturas tinham descido abruptamente.

Nos últimos dias, quando saio de casa de manhã, as temperaturas já nem chegam aos 2 dígitos, e mesmo durante o dia, mal sobem acima dos 12º, 14º "efectivos" (apesar de estarem dias de sol). Já tive que ir buscar os cobertores e os casacos de Outono ao fundo do armário. E a partir de hoje o ar condicionado do prédio vai alternar para aquecimento... deprimente!

Verão

Domingo parece ter sido (para já, pelo menos) o último dia de Verão (snif, snif). Por isso, nesse dia saiu tudo à rua, a aproveitar o bom tempo. Aqui ficam algumas fotos do passeio de bicicleta ao longo do lago.

Identidade

Sempre achei que o nosso nome é uma coisa muito pessoal, que nos acompanha a vida toda.

Começa logo pelo tempo que os pais demoram a escolher um nome... Alguns querem olhar para o bebé e só então escolher o nome, outros já têm ideias bem definidas dos nomes que pretendem.

Seja como for, é algo que nos define, que nos distingue, que nos acompanha para toda a vida. Daí que eu sempre tenha tido dificuldade em entender o conceito de "acrescentar o nome do marido" aquando do casamento, pelo menos nesta geração nova, mas até nisso "a tradição ainda é (muito) o que era".

Mas se já tenho dúvidas quanto a adoptar o nome do marido, haviam de ver a minha reacção quando descobri um destes dias que nos States (e até em muitos países europeus, tais como o Reino Unido e Bélgica) as mulheres TROCAM o nome de família pelo do marido (ou seja, perdem o "nome de solteira" para ficar com o nome de família do marido!). Nem queria acreditar! Parece-me uma aberração completa (com o devido desconto de ser "tradição")! Mas pronto, finalmente percebi a reacção dos estrangeiros quando lhes digo que tenho 5 nomes (a minha mãe tem mais!).

Chicago vista do lago Michigan

Nova Era

Quem me conhece bem, sabe que sou dada a uma boa fofoca do mundo das celebridades.

Por isso, sinto-me completamente à vontade para dizer que odeio esta nova mania do Twitter! Não percebo este fenómeno big brother!

Mas cabe na cabeça de alguém que, de repente, se tenha passado de um estado em que as celebridades se queixavam do excesso de fama e exposição pública para a nova era em que são elas mesmo a divulgar informação pessoal (e imediata) ao mundo inteiro...?

Mais... já estamos naquela fase em que comentários postos no Twitter já são, por si só, notícias cor-de-rosa, entretanto também comentadas por terceiros (quando não mesmo discutidas em grupo)!

E isto a propósito de nos últimos dias ter visto imensas referências:

1 - Aos comentários postos no Twitter por A, B e C a propósito da polémica do Kanye West na entrega dos VMA's (enfim, nem vale a pena comentar, é uma daquelas polémicas "à americana" - mas também escusamos de ficar a saber o que o resto do mundo pensa do episódio, já de si suficientemente mau); e

2 - Ao facto do Chris Brown ter sido recentemente fotografado por paparazzi enquanto cumpria parte do seu serviço cívico (supostamente em local desconhecido) a que foi condenado por ter agredido a Rihanna - nada de especial, pensei eu, já que estes fotógrafos seguem as celebridades para todo o lado e é difícil manter segredo da sua localização. Entretanto percebi que foi o próprio Chris Brown que "denunciou" a sua localização através do Twitter! (e depois queixam-se!)

Outra coisa que também está muito na moda é anunciar novidades através do Twitter - ex., quando a Paula Abdul comunicou ao "mundo" que ia mesmo deixar o "American Idol" (outra americanice... não estranhem se não estiverem a acompanhar estes exemplos... isto é a realidade televisiva americana ao seu mais alto nível!).

PS - Claro que eu queria muito ser amiga do Ashton Kutcher... Mas na vida real, e não parte da comunidade virtual de quase 4000 pessoas que o segue no Twitter e delira quando ele escreve qualquer coisa, nem que seja a dizer que vai fazer uma pequena pausa para ir à casa-de-banho...

U2

Nunca fui daquelas pessoas que acham que os U2 são a maior e melhor banda de sempre e nem estava a pensar comprar bilhete para ir ver a nova digressão (até porque já os tinha visto ao vivo antes), mas uns amigos desafiaram-me, trataram de tudo, e eu só tive de dizer que sim (e abrir os cordões à bolsa, naturalmente).

Por isso, no sábado dei por mim a caminho do Soldier Field (o estádio de futebol americano dos Chicago Bears), para o 1º dos 2 dias de concerto em Chicago (as primeiras datas da digressão dos U2 na América do Norte), sem saber nada da digressão "360º", do palco inovador (que eles carinhosamente tratam por nave espacial), das pontes que giram, do álbum novo.



E só tenho uma palavra... ESPECTACULAR!

Em termos de espectáculo (luzes, conceito, palco, efeitos especiais), esta digressão está a anos-luz de qualquer outro concerto a que já fui (e já foram muitíssimos!).

Jay Leno

Grande expectativa...

... o novo programa do Jay Leno estreia esta noite!

Nova vida, depois de ter passado o Tonight Show para o Conan O'Brien.

Oprah

Só mesmo a Oprah...

Para fechar a avenida principal da cidade durante 2 dias (e desviar todo o trânsito) para gravar um mega espectáculo a assinalar o início da nova série de programas! (para quem não sabe, os estúdios da Oprah são aqui em Chicago, e é daqui que o programa é filmado diariamente)

O palco foi montado no meio da avenida e o acesso era livre - só se via gente e mais gente e mais gente! Oficialmente, compareceram cerca de 21,000 pessoas à kickoff party da 24th season!

O início da festa foi marcado pela actuação dos Black Eyed Peas e pela surpresa que a produção quis fazer à Oprah - vejam o vídeo da coreografia surpresa! Vale mesmo a pena!



PS - Também passei por lá ao fim da tarde, quando saí do escritório, e ainda assisti a parte da festa.

US Open Tennis

E já que estava em NY, dei um pulo ao US Open Tennis, a decorrer ali ao lado de Manhattan.

NY

Aproveitei o facto de esta 2f ter sido feriado (e, portanto, fim-de-semana prolongado) para dar um pequeno pulo a NY, cidade que vale sempre a pena revisitar.

Fui ver um musical da (e na) Broadway (ironicamente, "Chicago"), assisti a uma missa de gospel, passeei por alguns dos meus bairros favoritos (abaixo fotos de East e Greenwich Villages) e subi novamente ao "Top of the Rock" (Rockefeller Center).

Ah, ia-me esquecendo... Manhattan estava pejada de brasileiros, que entretanto comemoravam o aniversário da sua independência (contra nós, portanto). Nunca tinha visto tanto amarelo-canário e verde junto na minha vida...

Cape Hatteras

E subimos a um farol!

Outer Banks

A região dos Outer Banks (na Carolina do Norte) foi, provavelmente, a melhor surpresa da viagem - um conjunto de pequenas ilhas que formam uma língua estreita de terra ao lado da costa (tivémos de apanhar o ferry numa das pequenas localidades costeiras para ir para a primeira ilha), com areal e dunas de um lado e do outro e, de vez em quando, pequenos aglomerados de casas.

Mais uma vez, a praia praticamente por nossa conta (excepto alguns adolescentes que se divertiam a andar de jipe no próprio areal, mesmo junto ao mar).

Charleston

No fim da visita a Savannah, apercebemo-nos que ainda só tínhamos visitado 2 dos 5 Estados que pretendíamos, e decidimos acelerar o "passo".

Charleston, na Carolina do Sul, foi o destino seguinte. E um dos highlights da viagem! Cidade rica, muito bem conservada, gente pacata e simpática.

Cidade das igrejas (é conhecida como Holy City) e da liberdade religiosa (uma das primeiras cidades americanas a acolher judeus e protestantes).

Factos históricos:

A Carolina do Sul foi o primeiro Estado a abandonar a União dos Estados Americanos, em 1860, facto que entretanto deu origem à Guerra Civil, opondo o Norte (industrializado) ao Sul (das fazendas e dos escravos).

Foi também ao largo de Charleston que foram disparados os primeiros canhões, dirigidos ao Forte Sumter (entretanto ocupado pela União). Não chegámos a ir visitar o Forte Sumter propriamente dito, mas gostámos muito do seu museu (e aprendemos imenso sobre a Guerra Civil).

Top 3 (+ 1) de Savannah

Pontos altos da visita a Savannah...

3º lugar

Termos sobrevivido à tempestade que se abateu sobre nós no caminho entre Jekyll Island e Savannah (até a internet do hotel em Savannah estava em baixo por causa da trovoada).

2º lugar

O "roubo" dos nossos chapéus-de-chuva no 1º restaurante onde fomos jantar (mas garanto-vos que saímos de lá, tal como tínhamos entrado, com um chapéu cor-de-rosa e um preto!).

1º lugar

Os autocarros hop-on hop-off que fizeram as delícias do T.!

E claro... termos ido almoçar ao "Five Guys"! Depois dos Obamas terem ido a um Five Guys em Washington (primeiro a Michelle, e depois o próprio Barack), não há cidade nenhuma onde esta cadeia gourmet de hamburguers não esteja a abrir em força! Melhor publicidade do que isto era difícil!

Savannah

Savannah, na Geórgia, foi o destino seguinte.

Cidade antiga (uma das primeiras a ser fundada pelos ingleses), bonita, majestosa, com um traçado invulgar (formado por 21 pequenas praças) e deliciosos bairros históricos, cada um com a sua história (e várias casas assombradas!).

Sofre de uma preguicite geral aguda ("Slowvannah", como é carinhosamente apelidada) mas tem sabido tirar partido, ao longo dos tempos, da sua localização geográfica estratégica e do seu enorme porto.

A cidade de Savannah tem sido também palco de numerosos filmes - já não saímos de lá sem comprar o famoso livro "Meia-noite no jardim do bem e do mal", já que quer o livro quer o filme foram mencionados vezes sem conta durante as 2 noites que por lá estivémos!

E também tirámos fotografia ao sítio do banco de jardim do Forrest Gump (a réplica do banco está no museu da cidade)! Mas nem para ver a réplica do banco vale a pena visitar o museu... A não ser que estejam desejosos de saber mais sobre a participação dos soldados do regimento de Savannah nas 2 Guerras Mundias... se, pelo contrário, o vosso interesse (como era o nosso) for a Guerra Civil, estão claramente no sítio errado!

O início da viagem a 4 rodas

Depois da Disney (na Flórida), alugámos um Mercury (grande carro!) e iniciámos a nossa road trip pela east coast.

Jekyll Island, na Geórgia, foi o nosso primeiro destino (sem sabermos bem ao que íamos, confesso).

Pelo mapa que nos deram à entrada da ilha (cujo acesso é pago!), ficámos logo a perceber que se tratava de um resort de praia e de golfe (os campos de golfe ocupam mais de metade da ilha), destinado a classe média-alta (e idosa!).

A paisagem era deslumbrante e a praia estava praticamente por nossa conta (que mais se pode pedir?).

E ainda íamos sendo atropelados por uma mãe e um filho bambis quando regressávamos do restaurante, à noite, na mais completa escuridão (salvo umas quantas estrelas no céu)!

PS - Claro que também poderíamos ter ido à festa "de terceira idade" do nosso motel... Aquele churrasco prometia!