sexta-feira, 15 de maio de 2009

O simples acto de lavar as mãos

Desde que começou a histeria da gripe suína, o plano adoptado pelos EUA foi simples: pôr os americanos a lavar as mãos!

Da Secretária à Estado aos vários médicos entrevistados ao longo das semanas, passando pelo Presidente Obama e por cientistas especializados em vírus e bactérias... não houve ninguém que não viesse recomendar, como medida n.º 1 contra a gripe suína, a lavagem constante das mãos.

A ideia foi, de tal maneira, levada a sério, que em muitas casas-de-banho públicas e privadas foram afixados cartazes a explicar como se devem lavar as mãos... Qual não é o meu espanto quando um dia vou à casa-de-banho da minha empresa e tenho "literatura" colada no vidro, em frente ao lavatório, sobre como lavar (eficazmente) as mãos! E o mesmo cartaz circulou por vários locais, inclusive aeroportos...

No meio disto tudo, e apesar de muito gozar com a medida, aprendi que foram precisas umas dezenas de anos para (finalmente) aprender a lavar (devidamente) as mãos... (Mãe, tu é que ias adorar esta medida! Não conheço ninguém que lave mais as mãos do que tu!)

É que, aparentemente, a coisa é mais complicada (e, principalmente, mais demorada) do que eu sempre achei... São precisos uns 20 segundos debaixo de água, a esfregar vigorosamente as mãos com o sabonete, seguido de limpeza completa (e não se deve tocar em nada até esse estado de secura absoluta das mãos) e até a torneira deve ser fechada com a toalha, em vez de ser com a mão!

Palavras para quê?! Está visto que quem escreveu estes cartazes nunca testou a sua teoria na prática! Primeiro, não existe sabonete que resista a meia dúzia de segundos debaixo de água, entre esfreganços de mãos, quanto mais 20 segundos! Depois, já se sabe que ninguém seca por completo as mãos - é meio secar e meio limpar às calças, e siga para bimbo, especialmente em locais públicos! E, por último, quem é que fecha a torneira sem ser com a mão?? Se a torneira não for daquelas que desligam automaticamente, está tudo tramado!

Resultado... as empresas que fabricam toalhas de papel e sabonetes é que lucraram a valer com esta nova mania! É que agora já não há quem não repita a dose de sabonete, por via das dúvidas, ou não use o dobro das toalhas de papel (nem há balde de casa-de-banho que resista à dose anormal de toalhas de papel usadas por dia)! Mais a água que se gasta, naqueles 20 segundos e 2 ou 3 ensaboadelas...!

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