segunda-feira, 18 de maio de 2009

O simples acto de lavar as mãos - Parte II

Toda a gente sabe que o Michael Jackson é (entre outras coisas) germofóbico, vivendo obcecado por proteger-se numa redoma de vidro tanto quanto possível, evitando ao máximo o contacto com o mundo exterior. O que talvez nunca se tenham apercebido é que esta é uma característica muito típica dos americanos (normalmente não em grau tão exagerado, valha-nos isso!). Característica essa que só se veio agravar com a hipótese de pandemia no ar...

De facto, um dos produtos que mais saída deve ter nos States são aqueles pequenos frasquitos de hand sanitizer que se vendem a torto e direito em todos os supermercados e drogarias (drogaria versão americana, claro está...).

Hand sanitizers são frascos que contêm um gel desinfectante que se dissolve nas mãos (após umas esfregadelas) e que servem para limpar as mãos sem recurso a água ou a sabão (tipo aquelas toalhitas perfumadas dos aviões que nos dão após as refeições, mas em versão gel). Na prática, os americanos usam este gel em qualquer situação - imediatamente após acabaram de jantar num restaurante (quando ainda estão sentados na própria mesa), quando têm de tocar em qualquer superfície exterior... e estão plenamente convencidos que aquilo mata 99,9% dos germes (é a força da publicidade)! Aliás, a minha empresa tem uns quantos frascos desses espalhados pelos vários corredores, para serem usados pelos empregados (e já tinha antes da gripe suína!).

Isto a propósito da entrevista da Jamie Lee Curtis ao Jay Leno uma destas noites, em que ela confessava que tinha completo pavor a germes e que andava sempre a esfregar as mãos nesse gel.

E isto também a propósito da secção dos hand sanitizers nos supermercados, já de si ridiculamente (para uma tuga como eu) grande em condições normais, ter aumentado desproporcionalmente desde que começou a campanha da lavagem das mãos como meio de combate da gripe suína. E novos produtos e formatos que apareceram recentemente para cobrir todos os mercados possíveis - já havia frascos de vários tamanhos e feitios para caber nas várias das senhoras, mas agora até há formato-caneta, tipo desinfecção de emergência...!

E isto também a propósito de se ter passado a evitar qualquer contacto entre as pessoas - as equipas deixaram de apertar as mãos dos adversários antes dos jogos, os porteiros de alguns prédios deixaram de aceitar qualquer contacto físico (excepto se a pessoa passar o tal gel nas mãos, razão pela qual lá está sempre um frasquito em cima do balcão de atendimento), nos restaurantes viam-se pessoas que não queriam cumprimentar os amigos para evitar contacto físico (mas depois jantavam frente-a-frente)... Enfim, no início desta histeria houve de tudo... Um destes dias até fui a um museu e havia uns hand sanitizers espalhados por aqui e por ali, para as pessoas usarem livremente enquanto circulavam a ver as exposições...!

1 comentário:

Billy disse...

Nossa, eu seja santa... isso deve ser uma trabalheira e deve fazer um mal à pele! Eu com os meus eczemas estava bem arranjada!

Quem não "sanitiza" constantemente as mãos deve ser visto como um irresponsável, não?

Aqui, em contrapartida, continuamos a partilhar mates, coisa que para um americano deve ser para lá de impensável.