quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Diferenças - Parte I

Um destes dias vinha para o escritório a pensar nas pequenas (grandes) diferenças que existem entre Lisboa e Chicago no mundo laboral (aqui entendido em sentido muito lato, abarcando não apenas o trabalho propriamente dito, mas todo o ambiente que o rodeia).

Já aqui referi várias coisas originais do escritório de Chicago - o Jeans day associado a acções sociais, o cake day para festejar os aniversários, os jantares gratuitos para compensar as longas horas de trabalho, as pipocas para o Super Bowl...

Agora também temos apostas para os Óscares (estar nos EUA e não se viver o verdadeiro hollywoodesco desta época não seria possível, naturalmente!), formação para ajudar a preencher declarações de rendimentos de pessoas desfavorecidas (de carácter facultativo, por isso decidi não me meter nisso este ano... os formulários deles são complicadíssimos de preencher porque, como podem imaginar, a administração do Sr. Bush quer inteirar-se de tudo!), interacção com alunos para os ajudar a fazer futuras escolhas profissionais... Em suma, mil e um eventos de interacção com a sociedade chicaguense.

Para além disso, o uso da língua inglesa, já de si bastante "descomplicada", permite que tudo flua de forma mais informal e que não haja quaisquer barreiras (de hierarquia, entre nós e os clientes...), o que também se reflecte na forma "simples" e prática de trabalhar.

Aliás, apesar de estarmos (quase) em recessão, o mercado de trabalho não parece (ainda) ter-se ressentido muito: a empresa publicita ao máximo a sua política (quase agressiva) de recrutamento e oferece iPod's (semanais) a quem referencie pessoas interessadas em vir trabalhar connosco (é favor enviarem os vossos CV's para mim, asap!) e ainda ontem uma empresa americana qualquer de recrutamento deixou uma mensagem no meu voicemail (hábito muito comum nos EUA, dada a flexibilidade tão característica do mercado de trabalho americano).

Paralelamente (e falando agora de outras diferenças), também há uma característica tipicamente americana que eu adoro - à qual aderi de imediato - e que tem a ver com o calçado.

Por mais pequeno que seja o cubículo de trabalho (normalmente em open space, e claramente com bem mais espaço individual do que o escritório de Lisboa, no meu caso), há sempre um armário individual preparado para, entre outras coisas, pendurar o casaco e arrumar o calçado.

De facto, face a vários factores (o clima agreste será o primeiro deles!), toda a gente usa na rua um calçado diferente do que usa no escritório, o que permite uma utilização mais racional do calçado (e sobreviver melhor ao frio!).

Assim, de manhã trago calçadas as botas da neve (ou, pelo menos, umas mais quentinhas do que aquelas que usava normalmente em Lisboa) e no escritório tenho as botas de meia estação ou os sapatos meio abertos, que condizem com a temperatura aquecida do local. E à noite volto a trocar e deixo no armário os sapatos e botas "do escritório", prontos para o dia seguinte... Mais prático que isto é difícil!

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