segunda-feira, 28 de junho de 2010

Casamento Judeu (Part I)

Este mês fui ao meu primeiro casamento judeu (e americano)! Foi um misto de experiências novas e vivências familiares, que vou tentar reproduzir sumariamente.

Tanto a cerimónia como o copo-de-água tiveram lugar num hotel em Chicago (ainda não foi desta que entrei numa sinagoga). Os noivos encontraram-se umas horas antes da cerimónia para tirarem fotos com os pais, avós e padrinhos (não houve mais fotos individuais com os noivos), pelo que aquela tradição do noivo não poder ver a noiva até ela entrar na igreja/sinagoga/hotel já não é o que era.

Quando a cerimónia estava para começar, apareceram os avós da noiva (que percorreram o "corredor" até à primeira fila, onde entretanto se sentaram), seguidos pelos 2 padrinhos do noivo e as 2 madrinhas da noiva.

Depois apareceram os pais do noivo, que percorreram metade do caminho até ao altar e ficaram à espera do noivo. Entretanto veio o noivo, deu o braço a cada um deles e os 3 seguiram caminho até ao altar (os pais sentam-se na 1ª fila, o filho fica à espera da sua noiva).

Seguiram-se os pais da noiva - também eles percorreram metade do percurso até ao altar, fizeram um pequeno compasso de espera pela noiva, e os 3 seguiram "viagem" até à pequena tenda que tinha sido montada para servir de altar.

A cerimónia foi essencialmente em inglês, mas teve várias partes (leituras, cânticos) em hebraico. O rabi falou um pouco deles enquanto casal e ainda uns 5 minutos sobre o noivo, individualmente (onde cresceu, o curso que tirou, quando se mudou para os States, etc). Não houve nenhum "discurso" sobre a noiva (a tradição ainda é o que era, nesta luta de sexos!).

No final, o noivo partiu um vidro com o pé (para dar sorte), todos batemos palmas e fomos em busca dos aperitivos e cocktails.

Entretanto os noivos desapareceram durante uns 30 ou 40 minutos. Confesso que, de início, nem dei por isso, entretida que estava a devorar o delicioso paté de cogumelos e a beber um refrescante vinho kosher (era tudo kosher, comida e bebida). Depois, alguém me explicou que, segundo a tradição judaica, os noivos têm de consumar o matrimónio a seguir à cerimónia (e antes do copo-de-água, portanto).

Reza, aliás, a tradição que um dos padrinhos tem de ficar do lado de fora da porta e que o noivo, depois de consumado o matrimónio, mostra o troféu (entenda-se, lençol manchado de sangue). Nos dias que correm, muitos casais optam por aligeirar esta parte da tradição (por que será?!), mas ainda assim têm de subir ao quarto e fazer os convidados esperar durante uma meia-horita.

E agora deixo a descrição do copo-de-água para amanhã.

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