terça-feira, 28 de outubro de 2008

A CRISE

Num país em que impera a lei do mercado (quase) ao seu mais alto nível, é assustador ver a rapidez com que as consequências da crise se manifestam e espalham.

Ainda a crise não passava "do papel" (i.e., a queda das bolsas), já as empresas faziam cortes no pessoal, por forma a ajustar de forma rápida e "indolor" - 900 empregados foram logo despedidos a nível nacional (só na minha empresa). A semana passada, foram "dispensadas" algumas secretárias (quando se começam a despedir pessoas que custam a ridícula quantia de 50$ por hora numa empresa em que qualquer "técnico" custa 10 vezes mais do que isso, deixa-nos a pensar quando será a nossa vez...).

Várias reuniões e sessões de treino colectivo (que implicavam deslocações) foram imediatamente cancelados, para poupar nos custos dos hotéis e viagens e refeições (e o budget que existe para os poucos eventos que ainda se realizam é ridiculamente baixo e mal dá para proporcionar refeições decentes).

Por último, as máquinas de venda de chocolates e bebidas sofreram reestruturações no início da semana - sob o pretexto de passarem a disponibilizar opções mais saudáveis (que fique registado que o conceito de "comida saudável" para os americanos pouco mais é do que beber diet pepsi em vez de pepsi normal e comer batatas fritas light...), os preços subiram de 25 cêntimos para, nalguns casos, mais de 2$... inflação galopante, diria eu!

A economia americana parece "ajustar-se" à crise mais por meio de "ajustamento" de pessoal do que por "ajustamento" do plano mas, de uma forma ou de outra, as empresas não ficam sentadas de braços cruzados à espera que a crise se instale.

Neste mercado, sente-se o peso da insegurança a um nível que nunca pensei experimentar e as pessoas vivem claramente angustiadas no seu dia-a-dia, mesmo numa empresa (como esta) que continua em crescimento... Ninguém se sente seguro, neste momento, especialmente porque o ritmo de trabalho diminuiu drasticamente nas últimas semanas e o mercado está expectante, sem se querer comprometer com grandes projectos ou custos.

Sem comentários: