quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Parte II (cont.)

Na rua, vendiam-se t-shirts, pins, bonés, bandeiras... tudo o que possam imaginar, literalmente, a cada 2 passos, e não havia quase ninguém que não tivesse cedido à “Obama-mania” e não estivesse, de forma orgulhosa e visível, a exteriorizar o seu apoio ao Barack.

As pessoas cantavam, dançavam, tocavam pequenos tambores, abraçavam-se sem se conhecerem, faziam amizades espontâneas, discursavam para todos e para ninguém em especial, davam largas à sua alegria, num ambiente descontraído, feliz, de comunhão, de festa.

E toda a gente a comentar o quão histórico era o momento, a tirar fotos a torto e a direito, a querer absorver toda aquela emoção, toda aquela energia, a querer viver intensamente o presente, como se não houvesse futuro.

Quando Barack Obama subiu ao palco para discursar, o delírio foi completo. No sítio onde eu estava, acompanhei o discurso por um dos ecrãs gigantes do palco, mas também conseguia ouvir o eco da (verdadeira) voz dele, propagado pelo vento que vinha do outro lado do parque.

O regresso a casa foi uma aventura – o trânsito estava literalmente cortado numa extensão grande da Michigan Avenue (a principal avenida da cidade), por isso as ruas foram invadidas por milhares de pessoas que, lentamente, começaram a caminhar na direcção das suas casas (ontem fiquei ainda mais contente com a minha opção de estar a viver no centro da cidade!), ocupando todo o espaço livre da (já de si bem larga) avenida. Um banho de gente como eu nunca visto antes!

No dia seguinte, às 9h da manhã, já todos os jornais estavam esgotados em todo o lado, pelo que bem corri tudo à procura de um Chicago Tribune ou de um Suntimes, mas acabei por ter me de contentar com um Financial Times. E foi engraçado ver como os jornais chicaguenses, orgulhosos do facto de Obama ser da cidade, dedicaram as suas primeiras páginas a fotos dele, enquanto que os restantes jornais limitaram o fenómeno a meia página.

Enfim, um pedaço de história vivido "in loco"! :-)

1 comentário:

João Cristiano R. Cunha disse...

Isso é que é!!!
Emoções (não tão fortes) também vividas deste lado do atlântico...
Yes(They) can!!!
Beijinho