O colapso de uma vida perfeita

A comunicação social americana tem um novo alvo: Tiger Woods.

Desde que, no passado fim-de-semana, foi divulgado que Tiger tinha tido um pequeno acidente de viação à saída de casa (inicialmente até foi veiculado que ele tinha dado entrada no hospital em estado grave), muito se especula sobre o acidente, o eventual episódio de violência doméstica que terá estado na sua origem (isto é, a mulher a persegui-lo furiosamente de taco de golfe na mão) e, mais recentemente, os alegados casos de infidelidade.

Uma coisa é certa: o caso "Tiger Woods" tem sido abertura de telejornais, objecto de piadas em diversos programas de televisão, capa de revistas e jornais e alvo de comentários generalizados. Nem o anúncio oficial do reforço de tropas no Afeganistão conseguiu destronar a curiosidade mórbida que a população em geral (provavelmente à escala do próprio globo) tem demonstrado face a este tópico.

Sinceramente, nunca percebi bem este frenesim que normalmente rodeia os casos de infidelidade conjugal (assumindo que, de facto, é disso que se trata), nem as reacções (tipicamente americanas) que logo se seguem - ex. o amigo em comum que os apresentou já veio dizer que estava arrependido de o ter feito e que agora tinha de pedir desculpa à mulher de Tiger (a mim parece-me que é apenas mais uma alma a querer reivindicar os seus 15 minutos de fama na comunicação social).

Deixem lá o homem resolver os seus problemas amorosos com quem de direito, sem que todos os pormenores tenham de ser vasculhados à lupa e discutidos em público. Não consigo imaginar cenário pior para alguém que, bem zeloso da sua esfera privada, baptizou o seu iate de "Privacy".