segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Desinformação

Quando os casos Freeport ou Face Oculta não fazem a primeira página (online) dos jornais portugueses, é certo e sabido que as grandes notícias se prendem com a vacinação contra o vírus da gripe A. E confesso que tenho assistido, um pouco incrédula, a todo o ruído à volta da nova vacina (depois do alarido exacerbado à volta do vírus, quando este, a pouco e pouco, se foi instalando no Verão passado, já só faltava mesmo o pânico da vacina!).

Estando eu fora da realidade portuguesa, não deixo de sentir, quando leio os jornais online, que a comunicação social portuguesa anda a alimentar um certo clima de "terror psicológico" em relação aos potenciais efeitos secundários da vacina, querendo, à força, demonstrar relações causa-efeito que são, no mínimo, apressadas e, muito provavelmente, exageradas. Não sei bem se este tipo de comportamento se estará a passar de igual forma na maioria dos outros países europeus mas, pelo menos, não parece ter o mesmo tipo de destaque online nos sites que acompanho (deve ser da veia dramática dos portugas!).

Por aqui, posso dizer que as autoridades de saúde americanas aprovaram 2 tipos de vacina, segundo o que li um destes dias – a que está a ser disponibilizada para a maioria da população é uma vacina “inalável”, feita com recurso ao vírus vivo (ainda que enfraquecido), por oposição à vacina “injectável”, feita com uma amostra do vírus já sem vida (que me parece ser a(s) aprovada(s) pela Europa).

Os vários centros de saúde que têm andado a administrar vacinas têm, por norma, filas intermináveis de pessoas que esperam, pacientemente, a sua vez. Os media, por estas bandas, debatem a escassez da vacina face às estimativas iniciais (é essa informação que interessa verdadeiramente às pessoas) - repare-se que os States estimam que metade da sua população venha a ser afectada pela gripe A (a estimativa feita pelas autoridades de saúde para Portugal é bem mais reduzida, felizmente)!

Confesso que houve alguma histeria inicial em relação à gripe A, no início do Verão passado (a minha empresa chegou a vender caixas de Tamiflu a quem estivesse interessado - pela módica quantia de $100 a caixa!), mas entretanto a postura das pessoas (e dos media) tem evoluído e tudo se tem tentado fazer para esclarecer as dúvidas e receios (mais do que legítimos) da população (exactamente o oposto do que me parece estar a acontecer em Portugal... mas talvez seja impressão de quem está de fora!).

Nem quero imaginar o alarido que a vacina com recurso ao vírus vivo não teria provocado na sociedade portuguesa!

PS - E sim, para que dúvidas não restem... a vacina da gripe A sempre esteve nos meus planos.

2 comentários:

Billy disse...

É curioso todo este barulho à volta da gripe A. Aqui na Argentina o que houve foi um total alarmismo, exageravam-se loucamente os números de infectados. Inventavam-se números; todas as pessoas que morreram durante o Inverno (como acontece todos os Invernos e acontece todos os anos) foram associadas de alguma forma à gripe... enfim, foi um horror. Agora? A gripe A já nem existe, ninguém ouve falar em tal coisa.

O meu conselho continua a ser o mesmo: lavar as mãos com frequência, mas afinal de contas isso é algo que devemos fazer... SEMPRE! Certo? ;)

Paula disse...

Por aqui, no comments:
Primeiro:
Todas as pessoas com sinais de gripe, "têm" GRIPE A. Exagero!
Segundo:
Existem anuncios institucionais que passsam na RTP2, que para além de nos ensinar a espirrar, a lavar a mãos, aconselham-nos a termos em casa alimentos (especialmente conservas) no caso de ficarmos de quarentena. Exagero!
Terceiro:
A vacina em Portugal está cheia de "problemas", é numa primeira fase para grupos de risco. Mesmo estes, existem alguns que não querem tomar! O Socrates (?) já tomou para dar o exemplo. No comments!
Quarto:
Last but not least... Morreram dois fetos depois das mães terem tomado a vacina... humm..??!!??

Beijinhos!

PS-Eu ando de comboio e tenho na mala um frasco de desinfectante para as mãos! Mais vale prevenir...