sexta-feira, 30 de maio de 2008

Minneapolis

Mais uma cidade "no papo"...

Desta vez foi Minneapolis, no Estado do Minnesota, onde me desloquei em trabalho, e regressei entretanto a Chicago mesmo a tempo de receber a minha 2ª visita!

Ah, e tive o vôo mais "trepidante" da minha vida ontem à noite no regresso à windy city... Apesar da viagem ter durado ligeiramente menos de 1h, teve uns (eternos!) minutos de turbulência como eu nunca tinha sentido!

Ainda por cima era um daqueles aviões pequenos, só com 2 filas de cadeiras de cada lado, que ia meio vazio e eu ia sentada na parte detrás do avião, onde a turbulência se sente mais. Só sei que, quando dei por mim, estava agarrada com unhas e dentes aos braços do banco e a contar desesperadamente os minutos até ao fim da viagem (pelo meio ainda tentei ligar o computador, mas tive de o desligar de imediato)...

Só vos digo que este vôo quase fez de mim uma pessoa (realmente) religiosa! Pouco faltou para começar a rezar ali mesmo!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Peripécias

Tanto estiquei a corda, que a dita rebentou!

Desta vez é que perdi mesmo o avião... não foi a 1ª vez, mas as vezes anteriores tinham sido todas devidas a atrasos completamente alheios à minha pessoa, que me faziam perder o vôo de conexão e ter de esperar pelo seguinte.

Provavelmente ainda convencida que vivo a 10 minutos do aeroporto, como acontecia em Lisboa, decidi sair de casa em cima da hora, como é meu apanágio (e apesar dos vários “sustos” que já tive, nomeadamente ter de fazer choradinho para reabrirem o check-in e coisas que tais), e bastou um acidente na autoestrada para me fazer perder o avião...

O taxista ainda me tentou safar, saindo da autoestrada na primeira oportunidade e deixando-me à porta da estação de metro mais próxima para eu apanhar a linha azul, que serve o aeroporto principal da cidade, mas nem assim me safei... Não que a culpa tenha sido inteiramente minha, mas claramente foi esticar a corda...

A minha sorte é que eu era a 1ª a ir para NY para a nossa reunião de grupo, por isso apanhei o vôo seguinte (basicamente, 1h depois) e cheguei bastante a tempo, mas no regresso já não quis correr o mesmo risco e fui para o aeroporto com a antecedência devida.

Ah, e fiquei a saber que a United Airlines anda em poupanças (o preço dos combustíveis está a deixar as companhias aéreas “loucas”) e agora só liga o ar condicionado quando o avião já está em movimento (e não quando os passageiros entram)!

terça-feira, 27 de maio de 2008

New York

Depois de uma (quase) semanita em NY, estou de volta a Chicago.

Esta semana foi um misto de lazer (aproveitando o fds prolongado) e de reunião de departamento (dos escritórios de NY, Chicago e S.Francisco) no escritório de Manhattan, que se situa numa das torres “sobreviventes” do World Trade Center, com vista privilegiada sobre o Ground Zero (agora transformado num banalíssimo local de construção civil).

Discutiram-se ideias, apresentaram-se slides, conheceram-se os novos membros da equipa; pelo meio houve os tradicionais jantares e copos (muitos!) e uma noite de bowling.

Ao fim de 3 dias de reunião e networking, estava eu mais preparada para vir para casa dormir durante 2 dias inteiros do que para ficar mais 3 dias em NY, desta vez em completo lazer.

E apesar desta ter sido a minha 3ª vez na Big Apple, lá fui revisitar alguns dos marcos da cidade – a estátua da Liberdade, Chinatown, Soho e Village (os meus 2 bairros preferidos), Central Park, 5ª Avenida e tantas outras coisas que tornam NY única.

Mas também houve tempo para coisas novas, como subir ao topo do Rockefeller Center e deslumbrar-me com o skyline de NY, atravessar a pé a Broolyn Bridge e visitar o Guggenheim.

Ah, e ainda tive direito a uma pequena visita guiada (e completamente gratuita) ao Met, o meu museu preferido de NY (dos que conheço, pelo menos), onde está patente uma exposição muito interessante de fatos usados e / ou inspirados em filmes de superheróis.



PS - Escusado será dizer que trouxe (mais) meio armário de roupa... entre os saldos do Memorial Day e o facto da roupa não estar lá sujeita a imposto (nunca me tinha apercebido deste facto...), foi muito difícil resistir...! :-)

Memorial Day

No dia de ontem celebrou-se o Memorial Day, em homenagem de todos os heróis de guerra que dedicaram a vida à causa nacional ao longo destes séculos. Houve direito a discursos, paradas, manifestações contra e a favor da guerra, ataques entre políticos... enfim, nada de novo.

E claro, feriado americano e tempo quente são sempre sinónimos de reunião familiar à volta de um churrasco, com os famosos barbecue americanos, pelo que ontem não foi excepção, por esse país fora.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

NY

Por motivos de trabalho misturado com lazer, estarei em NY até à próxima 2f à noite, por isso não sei se terei muito tempo para actualizações do blog...

Ainda para mais, este fds há (nova) época de saldos (pois, eu sei, que surpresa... já não acontecia há umas 2 ou 3 semanitas!!!), por isso o mais provável é estar por aí nalguma GAP ou coisa que o valha quando pensarem em mim! :-)

Great Chicago Places and Spaces

Agora que a Primavera chegou, a cidade desdobra-se em mil e um eventos a acontecerem ao mesmo tempo e a tornarem (ainda mais) irresistível esta windy city.

O fds passado, a Câmara de Chicago e a Sociedade de Arquitectura da cidade organizaram cerca de 200 excursões pela cidade, a decorrerem ao longo de todo o fds e a todas as horas, completamente gratuitas (não há dúvida que Chicago é um espectáculo!), em que os vários guias iam explicando a história da cidade, dos seus edifícios, dos seus recantos, das pessoas que marcaram o passado de Chicago.

Por isso, no sábado levantei-me bem cedinho e decidi aproveitar 2 das excursões que estavam agendadas para o fds.

De manhã, fui andar de autocarro/eléctrico por zonas da cidade onde não é muito provável que volte, quer por serem longe, quer por serem zonas perigosas (como se costuma dizer por aqui, quando as ruas passam a ter números em vez de nomes, é sinal que se tem de voltar para trás o mais depressa possível, antes de nos habilitarmos a levar um souvenir metálico pequeno alojado em qualquer parte do corpo). Mas fiquei a saber bastante sobre alguns dos edifícios que têm constituído, ao longo dos anos, os maiores cavalos de batalhas da preservação de edifícios em Chicago, como o famoso Cook County Hospital da série E.R.

De tarde, foi um passeio a pé por alguns dos quarteirões das 2 ruas mais conhecidas da cidade, com direito a explicações, histórias e pequenas visitas a edifícios que vemos todos os dias e que fazem parte da nossa vida diária e aos quais nunca prestámos a devida atenção. Adorei!

Tive pena de não ter conseguido ir a mais excursões – havia algumas bem originais, tipo o tour do chocolate, ou o tour pela (recentíssima) Trump Tower de Chicago, com direito a espreitar os seus interiores, incluindo uma das suas habitações luxuosas, e até um passeio de segway pela marginal ao longo do rio! Para o ano há mais, e eu espero não perder.

A realeza americana em sofrimento ao vivo na tv

Fartos (talvez) das notícias de sempre - a Hil que não desiste da corrida presidencial, o Obama que não consegue captar a simpatia e os votos dos apoiantes da senhora Clinton (nunca uma corrida presidencial foi tão "colorida", cheia de análise aos votos dos pretos, dos brancos, dos asiáticos, dos hispânicos, dos blue color... há para todos os gostos!), o McCain que faz a vidinha dele sem ter (para já) de prestar contas a ninguém - os media encontraram agora uma nova matéria de interesse jornalístico na "família real" americana.

De facto, o senador Ted Kennedy foi recentemente internado de urgência e fez saber que sofre de cancro cerebral. E, de repente, sem que ninguém tenha manifestado qualquer interesse em saber os pormenores factuais, passámos a ser invadidos por análises extensíssimas (e imagens indescritíveis) de terapêuticas possíveis, fases / progressão da doença, sintomas e manifestações do tumor, palavras médicas impronunciáveis, estudos médicos existentes e potenciais, esquemas e representações do cérebro humano, análises percentuais de tudo e mais alguma coisa... Enfim...

PS - Desculpem estar a partilhar isto convosco, mas realmente estes americanos - até no que respeita a doenças - "partilham" demasiada informação através dos media! Ontem até tive de desligar a tv, a uma certa altura, para não ter de assistir a cada minuto da doença! Isto já parece o Big Brother do Ted!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

BI

Primeiro foi o cartão da Segurança Social - não se faz nada nos States sem isso...

Agora decidi-me a tirar o BI do Estado de Illinois (cada Estado tem o seu), que foi o processo mais rápido que já vi - demorei mais tempo à espera que a funcionária lá conseguisse, à 205ª tentativa, perceber como é que ia introduzir os meus 5 nomes no sistema (não conseguiu, claro está... já me resignei a ter uma identidade diferente por cá no que toca a nomes...), do que no resto do processo propriamente dito!

É só chegar lá, entregar 2 ou 3 documentos, pagar 20 dólares, tirar uma foto e esperar pela impressão do cartão, que fica pronto na hora! Eu nem estava a acreditar! Nada de "venha buscar o seu cartão daqui a 2 meses e 6 dias e 3h e 50 minutos"!

Entretanto já fui a chacota do dia a propósito do cartão... não, não é por causa da minha foto (se bem que até tem potencial para isso...), mas porque só a 3ª idade e os bêbados (que entretanto ficaram sem carta de condução) fazem uso do BI! Porque para tudo o que possam imaginar, os americanos mostram a carta de condução, e já está, é o documento por excelência, que faz as vezes de qualquer outro.

Não que eu não queira tirar a carta de condução americana... mas isso é um processo que demora um pouco mais de tempo (exame teórico e prático) e algum envolvimento com carros de mudanças automáticas (ainda não calhou cruzarem-se no meu caminho), e eu pretendia ter um documento oficial americano que me permitisse, na próxima semana, viajar para NY sem andar com o passaporte atrás e sem que cada segurança de aeroporto (necessariamente obtuso) perdesse largos minutos preciosos do meu tempo a tentar perceber quem eu sou e de onde venho!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Ópera

A ópera é uma das (muitas) imagens de marca de Chicago, e eu estava à espera de uma oportunidade para ir ver um espectáculo - mais para ver por dentro o imponente edifício da ópera (e poder riscar da lista dos To Do's mais esse evento) do que por qualquer outra razão mais (apropriadamente) artística, já que a ópera não me seduz absolutamente nada...

E na 2f à noite surgiu a oportunidade...

Estava eu a chegar a casa, depois de um dia de trabalho que tinha começado anormalmente cedo (às 7h45 já eu estava no escrit), quando o porteiro do meu prédio que estava de turno àquela hora decidiu convencer-me a aceitar um bilhete (gratuito) para um espectáculo de ópera dali a pouco mais de 1h.

Confesso que ainda resisti um bocado - estava cheia de sono, tinha dormido muito poucas horas na noite anterior, e a ideia de me sentar no meu sofá a ver a Gossip Girl era bem mais apelativa do que uns tipos de voz esganiçada a cantar - mas lá vesti o meu casaco "chique" (isto da ópera é igualmente chique em todo o lado, já percebi) e fui.

Afinal era um espectáculo de ópera e ballet (duas coisas que não fazem o meu género...), baseado num conto tradicional indiano e, para minha surpresa, teve lugar num teatro diferente daquele que eu estava à espera (não só eu não sabia que havia espectáculos de ópera fora do "edíficio oficial" da ópera, como nunca tinha reparado no edifício onde foi o espectáculo em causa - apesar de ser bem central - e muito menos sabia que ele era um teatro...).

Valeu a pena pela experiência e o espectáculo em si pareceu bom... (mas) eu dormitei toda a 1ª parte e lá acompanhei a 2ª (ainda) meio sonolenta e meio desejosa que aquilo acabasse de vez e eu pudesse dar por concluída a coisa... Já sei, já sei, dá Deus nozes... :-)

terça-feira, 13 de maio de 2008

A Comunidade Tuga

Pois é, sempre se confirma que andam uns tugas por Chicago... e este foi o fds mais inesperadamente tuga dos últimos tempos, entre jantares e saídas à noite! Parecia que havia um tuga em cada sítio para onde eu ia! :-)


A maior parte dos tugas que conheci desde que cá estou são biólogos - o meu vocabulário científico ganhou mais palavras nos últimos meses do que em quase 30 anos de existência!!! mas as minhas preferidas continuam a ser as células cacotu (não garanto que se escreva exactamente, exactamente assim...) - a saltar de bolsa em bolsa, de investigação em investigação, ora a massacrar animais para o doutoramento, ora já na versão pós-doc a analisar células... Fascinante!

No meio disto tudo, a dar verdadeiramente no duro, i.e., a representar a classe operária, somos só 2 ou 3... mas bons!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Tailgate (by beautifulstranger)

Um destes dias tive um "pequeno cheirinho" de uma tailgate party, quando fui ver o jogo dos Chicago Fire e estavam dezenas de carros no parque de estacionamento do estádio com os porta-bagagens abertos e famílias inteiras à volta, a comer e a beber, durante horas, enquanto esperavam pelo início do jogo. Experiência mais americana do que isto é difícil...!

Tailgating é um acontecimento por si só: de convívio, de comida e bebida (mais de bebida...), de dolce fare niente. E acreditem que são multidões que se juntam, horas e horas a fio, antes dos espectáculos / jogos.

E um destes dias foi o mote para mais um episódio do Top Chef - os candidatos a chef tiveram de levar os seus grelhadores gigantes para alimentar a multidão que, nessa tarde, se deslocou ao Soldier Field para apoiar os Chicago Bears, e houve de tudo, desde o tradicional hot dog, até pratos claramente elaborados demais para o conceito de tailgate party.

Estou desejosa de ir a um jogo de baseball - se tudo correr bem, daqui a 1 semanita - para experimentar, desta vez DEVIDAMENTE, a acção de "tailgatar".

Tailgate (by Wikipedia)



In North America, a tailgate party is a social event held on and around the open tailgate of a vehicle. Tailgating often involves consuming alcoholic beverages and grilling food. Tailgate parties usually occur in the parking lots at stadiums and arenas before, and occasionally after or during, sporting events and rock concerts.In North America, a tailgate party is a social event held on and around the open tailgate of a vehicle. Tailgating often involves consuming alcoholic beverages and grilling food. Tailgate parties usually occur in the parking lots at stadiums and arenas before, and occasionally after or during, sporting events and rock concerts.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

TOP CHEF

Um dos programas de tv de que toda a gente em Chicago fala nos últimos tempos chama-se TOP CHEF, cuja época presentemente "em cartaz" foi, precisamente, filmada em Chicago.

Eu não sou muito fiel a programas e séries de tv em geral, mas desde que me falaram do Top Chef tenho tentado seguir os seus episódios e, realmente, o programa está bem feito e é muito interessante.

Vários concorrentes de diferentes partes do mundo candidataram-se a este reality show, que visa, como o próprio nome indica, escolher o melhor dos melhores na área da cozinha.

Em cada episódio, os "candidates a chef" são confrontados com uma prova culinária que têm de superar para continuar em frente - cozinhar uma refeição saudável para uma família de 4 com um budget de 10$, preparar diferentes pratos baseados em palavras "ditadas" durante um show de comédia/improviso, ou inspirados em filmes ou nos 4 elementos: Terra, Fogo, Água e Ar..., e todas as semanas é escolhido um "chef" para abandonar o barco e seguir a sua vida fora das camâras de tv e dos seus 15 minutos de fama.

E lembrei-me disso por 2 razões: (i) porque esta noite há mais um episódio, que não quero perder e (ii) porque um dos meus episódios preferidos foi o do tailgating, conceito que prometo introduzir neste blog assim que tiver um tempinho.

Democratas

Depois dos acontecimentos de ontem à noite - Obama venceu as primárias de North Carolina de forma expressiva e apenas deixou a margem mínima de vitória à Hillary nas primárias de Indiana - é, para mim, evidente que a campanha da senadora Clinton já quase não tem espaço de manobra para continuar na corrida...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Looptopia

2 de Maio… A cidade de Chicago vestiu-se a preceito para a Looptopia, o grande evento cultural do ano que ocupou as ruas do Loop (nome por que é conhecido o centro de Chicago) desde as 5h da tarde desse dia até às 7h da manhã do dia seguinte.

Milhares e milhares de pessoas abraçaram a iniciativa e saíram à rua para assistir a todos os espectáculos e performances que a cidade tinha para oferecer, gratuitamente, all night long.

A lista de shows era impressionante... espectáculos de rua, concertos, circo, exposições, festival de filmes, declamações de poesia, shows de comédia, coros em igrejas, danças, músicas da Broadway... tudo a acontecer ao mesmo tempo e por todo o lado, quer nas praças principais do Loop, quer dentro das lojas que aderiram à iniciativa e alargaram o seu horário de funcionamento para proporcionarem entreternimento extra aos habitantes da cidade.

Mas não pensem que o conceito de “cultura” em causa era o tradicional... Chicago mostrou ser uma cidade bem moderna e descomplexada, e a par do Midnight Circus (grande espectáculo! E eu que nem gosto nada de circo!), concertos de jazz, filmes e poesia, dei por mim no meio de uma nightlife tour pela cidade com uma drag queen como guia turística (Miss Christmas Kissinger para os amigos), assisti a espectáculos de striptease (masculino e feminino) no meio da Macy’s (e nós que só estávamos à espera de um espectáculo de can-can...) e estive na 1ª linha de “desafios” de breakdance que se formaram espontaneamente ao ritmo da batida do dj do momento.





Foi uma noite inesquecível pela quantidade e diversidade de “cultura” que a cidade de Chicago proporcionou aos seus habitantes (tudo gratuito...), em que o difícil foi mesmo seleccionar o que não podíamos, de maneira nenhuma, perder. E tenho a certeza que todas as coisas a que não pude assistir tinham todo o potencial para também terem sido inesquecíveis para quem esteve presente.